quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Campanha do Argus - Reedição de Luxo

Nos meses sombrios de Outubro de 1951 aparecia nas montras livreiras de Londres e Nova York um novo livro do mais afamado escritor marítimo,"The quest of the schooner Argus", de Alan Villiers, só os leitores aficionados ás relíquias da vela, poderiam supor que a narrativa fosse dedicada a um navio bacalhoeiro português.

Este relato e as imagens patentes, permitem questionar o sentido e a memória da pesca do bacalhau por homens e navios portugueses.

Esta edição está limitada a 500 exemplares (o 101 já tem dono), é uma edição exclusiva para aficionados, está á venda no Museu Marítimo de Ílhavo.

o "Argus" fotografado por mim, no cais dos bacalhoeiros em Aveiro, (Ilhavo) Julho de 2009, quando regressava de Bayona a bordo do "Véronique"

O "Argus", lugre bacalhoeiro a motor, de 4 mastros, foi comprado em 2009 pela Pascoal, que entretanto aguarda parceiros para a sua recuperação, como sucedido com o "Santa Maria Manuela".

domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal nas cercanias do Mar da Palha "O Tenebroso"

Hoje o dia amanheceu frio, sol, mas frio, como é normal ao fim de semana, salto da cama, equipo-me apressadamente, monto uma das minhas "Famosas" e percorro a milha maritima que me separa do barco, fiz uma pequena paragem no "14", o rio lá estava, lindo como só ele.


Uma "famosa" no "14" com vista para o Mouchão d'Alhandra.


Vista para montante

Bico Sul do Mouchão d'Alhandra, ao longe, o Mar da Palha, "Tenebroso" como só ele.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Entre tempestades e "bonanzas"

Entre uma coisa e outra, o S. Pedro presenteia-nos com uns belos dias de Outono nas cercanias do Tenebroso Mar Da Palha, um sábado sem vento com um rio de azeite e o Deus Apolo incidir uns raios sobre todo este cenário, a temperatura amena permitiu a deslocação de Bike até ao barco, aproveita-se para abrir os albóis e arejar as locas.
Não alheio a tudo isto estava o nosso corvo marinho, que aproveitava para secar as asas, enquanto o movimento dos passeantes ainda não se acentuava, também não se importava muito com a minha presença enquanto lhe tirava as fotos com a minha máquina de bolso, que por acaso até dá para telefonar.
Coisas de um Ribatejo profundo, na borda d'agua da Mui Nobre Vila d'Alhandra.

Em fundo, o meu companheiro de viagens que neste ano controverso ficaram um bocado aquém das expectativas. Para o ano vai ser diferente, digo eu, a ver vamos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Velas em... Castelo Branco !!!

Nada mais que na entrada do Centro Comercial "Alegro", na Zona Industrial de Castelo Branco.

Projecto de arquitectura do nosso amigo Julio Quirino, que não quis deixar de dar um toque náutico á coisa, vai para 3 anos atrás no seu atelier em Carcavelos, enquanto falávamos sobre a aplicação de alguns materiais compósitos, havia-me confessado que tinha conseguido dar um toque especial na obra, mas não me chegou a dizer, sabendo que eu haveria de passar por aqueles lados, apenas me disse "quando lá fores, vais reparar".

3 genoas generosamente abertas, na entrada principal da galeria comercial


Não faltaram os devidos enroladores


O Julio, ainda em tempos de "Nagual", numa regata que disputámos durante cerca de 5 horas a cruzar proas, passou agora á vida civil, "Nagual" mudou de armador e mudou-se para Aveiro, tambem para boas mãos, diga-se.

Com o Nagual em tempos de Julio numa travessia do Tenebroso Mar da Palha

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A feira de Outubro - Vila Franca de Xira

Como vem sendo hábito nesta altura do ano, faz-se uma pequena viagem fluvial, o barco fica atracado na marina "rival" e faz-se uma pequena perninha até á Rua da Estação para ver os toiros.
Quase Pamplona

Não estacione a viatura junto ao rio, pode levar uma cornada

Muitos imigrantes de fora e toiro olhava e pensava "tu est ici, tu est á mangé"

Vacas á solta, doidas

O cavalo e o Campino, simbolos da Leziria Ribatejana, digo eu, mas prefiro o melão.

Decidamente, não gosto de touros, mas pronto, cumpri a tradição, fui ver ao vivo a matéria de que são feitos os "hamburgas" e depois fui á feira comer uma bifana.

sábado, 18 de setembro de 2010

De Sines a Alhandra

Na companhia do meu colega Cmdt Mega, lá fomos para Sete Rios apanhar o expresso com destino a Sines, íamos buscar o "Kecth Up", do meu amigo Luis (ex-proprietário do Volare), que por motivos profissionais teve de ir para terras do Ultramar, ficando o barco em Sines.
Nesta primeira etapa tambem ficámos a saber que o bilhete para Sines, também dá para ir até ao Algarve, isto porque no beca-beca da viagem, não reparámos que estávamos na paragem de Sines, e aproveitámos para verificar se havia algum pessegueiro na ilha, como se fala numa canção.

Pelas 0600 da matina dei o toque de alvorada e levantei o meu colega da cama ao som do arranque do motor, após as verificações da praxe, pelas 0630 zarpávamos e meia hora depois estávamos cá fora.
Havíamos feito um planeamento de 12 horas até á barra de Lisboa, com um ETA a Alhandra pelas 2300 H Leg.
Um piloto muito automático providenciado pelo Cmdt Mega, "ah e tal o leme faz muita força"

A viagem decorreu calma até ao Espichel que avistámos pelas 1200 e uma horita depois já estávamos a levar com ele, a nortada começava a sentir-se e o mar alterava-se.
Ora subíamos
Ora descíamos, mas a "traineira" portava-se bem, afinal este "Evasion 32" havia sido topo de gama da Beneteau em 1984


A entrada na barra do Tejo fez-se pelas 1700 ainda com a vazante, vínhamos 2 horas adiantados, mas com os 25 nós de vento, não houve problema com este menino a dar a velocidade estonteante de 6 knt SOG

O Bugio, qual sentinela do Tejo

A Torre do VTS

Em frente a Belém um dos grandes a sair, a partir daqui foi um saltinho até á Mui Nobre Vila d'Alhandra, com uma navegação na Cala das Barcas ao cair da noite, com a maré vazia, estávamos apreensivos quanto á passagem pela zona problemática da Bóia 1, neste local a sonda baixou até aos 2 metros, pelo que, por precaução baixamos o pano.
Pelas 2100 H Leg, estávamos com a Alhandra pelo nosso través de BB.

domingo, 12 de setembro de 2010

Férias - Valada 2010

Como vem sendo hábito todos os anos, não dispenso uns dias por água água acima, em busca do descanso de Valada do Ribatejo, e devido a umas costeletas partidas á conta de uma queda na clarabóia de proa, havia 2 meses que estava afastado destas aventuras, não completamente restabelecido, mas com as férias por gozar, lá fui.
O rio a montante de Salvaterra está impraticável para navegar á vela em condições de segurança, neste ponto, cruzei-me com o "Lezíria" que vindo de Valada, o mestre me alertou para o facto de haverem muitas redes na água, por precaução baixei o pano imediatamente, ainda não estava a vela grande em baixo e já tinha o patilhão a bater numa das ditas cujas.



Rapidamente me vi metido num emaranhado de bóias e cabos, e tomei a decisão de me fazer a Valada pelo canal da margem Norte, menos fundo, mas sem redes, e com a sonda a apitar no 1,80m lá passei em relativa segurança, pelo menos não havia cabos nem redes.

A chegada a Valada é sempre a mesma, pontão cheio e desordenado, mas há sempre lugar para mais um, um dia alguém há-de meter mão nisto e se alguém meter mão nisto, pode ser que isto se "indireite" e dê para tapar dois ou três buracos, diz-se.

Mais ou menos apertado, lá ficamos acostados, no meio dos mais ou menos residentes habituais


A novidade, a praia fluvial está proibida para banhos, por mim trocava este cartaz por um simples "Estamos a sacudir a água do capote", seja, houve alguns acidentes, diga-se graves com banhistas, e como tal, a praia é que tem culpa, prevenção não houve, condições que sejam também não, inclusive não existe uma ambulância num raio de 15 km, aliás nem táxi, a autarquia continua de costas voltadas para o rio, e em vez de se investir, desinveste-se, nada como um cartaz para prevenir os acidentes.


3 diazitos, umas quantas petingas fritas e outros tantos bitoques da "Ti Rosa" depois, lá nos fizemos por água abaixo, fica a foto da praxe o "leaving Valada"

O "Tomarense" encostado no cais dos areeiros, a actividade está semi-parada.


Em jeito de reflexão, quem gosta de passar uns diazitos sem horas, adormecer ao som do sino da igreja, comer comida caseira e não se preocupar com muita coisa, está tudo na mesma.
O desinteresse da autarquia pelo rio continua e nem vale a pena nos preocuparmos muito, é assim e pronto, não os podes vencer ...
Em termos de navegação, cuidados redobrados a montante de Salvaterra, as redes ilegais proliferam, pela primeira vez cruzei-me com uma lancha da Policia Marítima nestas latitudes, esperemos que seja um bom sinal para acabar com esta praga.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Aviso á navegação d'água acima

Atlântico Norte - Portugal Continental
Rio Tejo - Ponte Marechal Carmona (Vila Franca de Xira)
Posição: Lat: 38º 57' 365 N Long: 008º 58' 707 W Datum WGS 84

Aviso a toda a navegação d'água acima que se encontra "fundeado" um tronco, leia-se árvore, na posição indicada, seja o vão do meio da ponte, o referido obstáculo não está visível a partir de meia maré de enchente, aflorando á superfície a partir de meia vazante.
Toda a navegação deve tomar as devidas precauções marinheiras, sendo de evitar a passagem por esta via.
Para mais se indica que todos os outros vão da ponte têm calas francas, pelo que a passagem se pode efectuar por qualquer outro, no entanto após a passagem da ponte, devemos aproar á curva da margem Norte, Lat: 008º 57’ 927 N Long: 008º 57' 672 W.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Passeio até á Regata Atlantico Azul

O Domingo passado foi dia de passeio a Lisboa para acompanharmos a Regata Atlântico Azul, no fundo não é mais do que uma oportunidade para vermos aquele pessoal da outra banda, que outrora aparecia em Alhandra do moribundo Cruzeiro do Tejo (agora já é cadáver).
Esta é uma das poucas alturas em que nos encontramos no Tejo, as festas do Colete Encarndo em Vila Franca é outra ocasião, assim como a feira de Outubro.
Pelos menos neste dia, a semi-vazia Marina do Parque das Nações, fica engalanada com mais alguns barcos, politiquices á parte, os preços acima da média, um marketing inexistente e uma localização daquelas que nem é carne nem peixe, poderão lançar esta infraestrutura ao abandono, e não é por falta de aviso, há défice de lugares para barcos na bacia do Tejo, mas não é desta maneira que eles vamos lá, esta é a minha opinião, e vale o que vale.


Como lhes costumo chamar, "Os gloriosos malucos dos barcos típicos" lá apareceram com as embarcações engalanadas a rigor, de apreciar as manobras hábeis á vela com aquelas embarcações de manobra pesada, uns nem motor usam, outros usam, mas julgo que deve ser só para equilibrar a embarcação.
De Aveiro (Ilhavo ou Montemor) veio o Eugénio, que comigo faz tripulação no NVV Veronique, desta feita assumiu a função de Skipper no NV Volare.
Foi um passeio sem grande história, a Regata perdeu o sentido uma vez que não se realizou o almoço de convívio, deste modo, não sei não.
Nós salvamos o dia com um bife da vazia e uma velejadela de grande luxo, do Parque das Nações a Alhandra, numa bolina cerrada com um Norte pela proa.
Pelas 18 00 aportávamos na Real Marina d'Alhandra.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dias da borda d'água ( II )

O verão avança á velocidade da nortada, entretanto decido que o Vaurien não é barco para mim, lá consigo dar a volta ao Kebra para me distribuir um Moth Europe que lá andava aos caídos, era o "Zebra", tinha pertencido a um antigo campeão desta classe (Pedro Cavaco), agora re-baptizado com o nome de "Este" (Leste), outra um supra sumo da classe, do alto dos seu 30 anos, ostentava um mastro de fibra vegetal (madeira) remendado, uma retranca do mesmo material, um boom-jack de roldana e cabo d'aço e um trapo branco com o nº P-287.
Para comemorar o bota-abaixo organizamos uma subida do rio até ás "Obras" (Azambuja), mas como estávamos de castigo não nos foi concedida autorização, ou seja fomos na mesma, e o outro a berrar atrás de nós tambem no Europe, tal é a máxima, "se não os podes vencer ..."
Entretanto a feira do melão estava presente no Jardim de VFX, tivemos que parar para o abastecimento de melão e bebermos uns copos de branco, nesta altura do ano ainda não havia vinho.
Continuamos rio acima e fazemos uma paragem muito técnica na praia dos cavalos, ali bem em frente á central do Carregado, a maré tinha virado, o vento caia, e nós parados, não tivemos outra opção.
Enquanto misturávamos umas coisas com tabaco para rirmos um bocadinho, o Kebra deliciava-se com um liquido incolor religiosamente acondicionado numa garrafa de "Genebra" (daquelas barrentas, a condizer com a água do Tejo) que recolhia á proa do Europe.
Na primeira oportunidade satisfizemos a nossa curiosidade e bebemos o bagaço todo, mas para o tipo não dar por falta, substituímos igual quantidade por água do Tejo, afinal até era barrenta, a condizer com a garrafa.
As coisas até tinham corrido bem se o Kebra não se lembra de beber mais um trago, com o pretexto de "um bocadinho para a viagem", tal é a surpresa que ele mal leva a garrafa á boca, começa logo a cuspir aqueles nomes que só ele nos chamava, e começa logo a treinar para a maratona atrás de todos os putos que se mexiam, a cena só acabou porque ele já não conseguia correr muito e lá se espalhou no meio dos caniços enquanto o pessoal içava as velas, assim muito á pressa, se calhar estávamos com saudades d'Alhandra.
Claro que mais uma vez fomos injustamente castigados, não sem antes termos pegado no "Mini 1000 do outro e escondido ao virar da esquina.
Só por curiosidade, o rapaz hoje já não bebe bagaço, foi remédio santo.
(continua)

domingo, 25 de julho de 2010

Dias da borda d'água ( I )

Estamos a meio de Junho, as aulas acabaram, é perto das 10 da manhã, é tempo de vestirmos os calções e pegarmos na toalha, e vamos até á Secção, a água do Tejo está a uns deliciosos 28º, damos um mergulho e vamos a nadar até á "Rosita" (antigo barco de pilotos, pertença do clube), mais uns mergulhos e esperamos pelo batelão da areia que passa para montante perto do meio dia, aproveitamos para fazer-mos uma carreirinhas nas ondas com as pranchas Mike Davis.
Entretanto é hora de almoço, a gente já volta para a tarde.
O calor continua, a água está baixa, só nos resta meter o Snipe na água e lotação super lotada, 12 num Snipe movido á pagaiada, e vamos tomar banho para o bico do mouchão.
Pelas 17 horas vem a nortada, corre tudo a aparelhar tudo o que é barco, Optimists, Cadetes, Europes e Vauriens na água, o Kebra chega da TAP, tem um ataque de nervos, tá tudo na água sem autorização, chama o pessoal aos gritos e apela á sua doença de nervos, o pessoal saí da água e é corrido a grito e a pontapé, (ainda hoje estamos traumatizados).

Não nos resta mais do que ir até ao Cais 14 ajudar na descarga do melão que entretanto tinha chegado de traineira vindo da lezíria ribatejana, depois de descarregado o mestre dá um melão a cada um, daqueles bons a saber a mel, é bom para variar a ementa, até porque a amoreira da rua do cais estava a ficar depenada. Á noite a maré já está no preia-mar, a água está a babar o cimo do cais 14, vamos até ao cais do padeirinho e tiramos á sorte quem vai nadar até ao 14 e roubar um melão.

Fim de semana, temos as regatas do Colete Encarnado na vizinha Vila Franca, aparelhamos os barcos e vamos por aí acima, calha-me ser proa num Vaurien, vento Sul, fraco, maré a encher, após várias tentativas, não conseguimos rondar a bóia da bolina colocada numa zona de corrente, entretanto lá convencemos mais ou outro que paraeceu, que a bóia era impossivel de rondar e a alternativa era rumar á margem sul até á rampa de alagem situada junto á ponte Marechal Carmona e consequentemente a uma tasca ali situada "O retiro dos caçadores, pescadores e outros..."

Logicamente que uma decisão deste tipo não podia dar bom resultado, o Kebra aparece no Zebro a cuspir fumo e gritos e outros palavrões que foram contribuindo para as crianças traumatizadas que somos hoje, "aparelhem a merda do barco, cu de fora, bordos curtos junto á margem e já pa Alhandra". O vento sobe de intensidade, o álcool no sangue tambem já tinha subido, alterámos as ordens e fomos pa Vila Franca, afinal era Colete Encarnado e o vinho e as sardinhas eram de borla e estavam lá á nossa espera.

Lá chegados fomos directamente ter com o Valada (Presidente da Secção de Vela), a quem informámos que iamos deixar o Vaurien em VFX, para as regatas do dia seguinte, e lá fomos nós para a festa, alguns copos de vinho e umas tantas sardinhas depois, damos de caras com o Kebra, que mais uma vez nos convidou amavelmente (á sua maneira, claro) a aparelhar novamente o Vaurien, e só nos queria ver n'Alhandra e depois falaríamos.

Fez questão de nos ajudar a aparelhar novamente o barco (gajo porreiro) e deu-nos um sábio conselho que ainda hoje recordo "vento Sul, maré a encher; cuzinho de fora, bordos curtos junto á margem e vamos pá Alhandra".

Claro que com a quantidade de sangue que já tínhamos dissolvida no álcool, ele bem podia dizer o que lhe apetecesse, mas que fomos para a água fomos. Bordo para a margem Sul, (não havia mais rio), bordo para a margem Norte e estávamos novamente no mesmo sítio, digo para o meu parceiro "o Kebra já deve ter bazado, aproa ao posto nautico de VFX e pronto.


Só que o outro estava lá, com água pelos joelhos a prever a merda que íamos fazer, já quase, quase a atracar, digo: "orça esta merda que tá ali o Kebra", o gajo em vez de orçar, arriba e caí á água, eu vendo-o cair, pensei "o gajo tá bêbado" e fui solidário, amandei-me também á água, mas para tentar segurar o barco, só que era mentira e lá foi o barco a um sozinho como ele só, mas desta feita com o Kebra a nadar atrás dele, lá conseguiu alcançar o dito e traze-lo de volta, desta vez disse, "vão para Alhandra a pé, que vos faz bem".
(continua)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cruzeiro 2010 Alhandra - Valada - Valada

Á falta de outro, realizou-se no passado fim de semana de 3 e 4 de Julho a edição deste ano do Cruzeiro, não foram precisos 9 meses de reuniões da treta, contactos com gente importante, entidades oficiais, autorizações especiais, nada disso mesmo, basta meia dúzia de telefonemas, uma troca de impressões nas redes sociais, e tá feito.

Pelas 0830 Hleg, apresentaram-se na Mui Nobre e Real Marina d'Alhandra as tripulações de se dispuseram a subir o rio até á Ribatejana Vila de Valada do Ribatejo:
Al Hamma; Oeste II, Fulô, EvaLuna, Blue Dolphins, Nau dos Corvos, Galileo, Bigaretta, Volare e já agora o Já Agora, fizeram o Cruzeiro, porque este acontece sempre que nós quisermos.

Houve quem lhe chamasse o cruzeiro dos contras, isso dá que pensar, mas não muito, porque não vale a pena perder tempo com vozes de burro, que não chegam a lado nenhum e muito menos ao céu, mas vamos lá divagar, dos contras porquê?
se estivesse-mos na Idade Média, seria contra a Inquisição, no Século XIX~seria contra a Monarquia, no tempo da outra Senhora seria contra a Ditadura, a Pide, o Salazarismo e outras coisas ruins que nem me quero lembrar, deste modo, não estou a ver o contexto "dos contras", passa-me tudo ao lado.

Só se foi por apanharmos a maré contra, o vento contra, e á vinda para baixo tivemos o calor contra nós, pronto foi isso.

Nada impediu que o mui abandalhado pontão de Valada ficasse engalanado com as nossas embarcações, vamos continuar a subir e descer o rio, que é para isso que lá estamos, navegadores d'água acima que ás vezes vão por água abaixo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Festivais e outros carnavais

O Festival foi adiado, como diria o Diácono Remédios "não havia necessidade", apesar de "por motivos imprevistos" (sejam eles quais forem), poder-se-ia ter aproveitado toda a embalagem e fazia-se um desfile de Carnaval, seguido de um concurso de qualquer coisa, sei lá, não querendo ser faccioso, um concurso de pesca até nem ficava mal.
Isto faz-me lembrar uma famosa frase de Winston Churchill no verão de 1940, após a batalha de Inglaterra em que os heróicos pilotos da RAF, viraram o rumo da 2ª guerra mundial, após derrotarem ferozmente a Luftwaffe.
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos. "
Neste caso o exemplo que quero dar é o contrário, pois poder-se-ia dizer "nunca na história deste clube, tão poucos ficaram a dever tantos", ah e tal, lá tá ele a provocar, como diria o Otávio, "voçês sabem do que estou a falar", e vejam a sensibilidade que tenho ao abordar este assunto que até nem falo em nomes, agora por favor, não se ponham a adivinhar, tudo o que aqui se passa é ficção e nada mais.
(...continuando...)
Apesar de ás vezes ficar triste, é bom que estas coisas aconteçam, pois pelo menos oiço dizer que "afinal até tinhas razão".
Mas, deixemo-nos de lamechices, vamos dar o seu a seu dono, quero dar os parabéns ao meu amigo Egídio, que apesar de adiado o dito Carnaval, leia-se Festival, fez o seu próprio corso ou regata, como lhe queiram chamar, envergou as velas ao Bigaretta, deu a largada, fez a regata e deu a chegada, como se costuma dizer, lançou os foguetes, fez a festa e ainda foi apanhar as canas, não teve direito a taça porque era o único da sua classe e de todo o festival, foi pena.

O Bigaretta vencedor do troféu absoluto desta edição

Para acabar, alguém me sabe dizer a data do Cruzeiro do Tejo?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Na saga dos "DC's" (continuação)

Decorria o ano da graça de Deus de 2004, mês de Junho, eu tinha metido na cabeça que o próximo barco que comprasse teria de ser á minha "medida", tinha de ter condições de habitabilidade, conforto, manutenção reduzida, patilhão rebativel para poder navegar á vontade no rio e uma arqueação que me proporcinasse condições de manobra em solitário e poder "fazer" mar.
Eu sabia que isto já existia, mas, um "Feeling, de patilhão rebativel, fabricado pelos estaleiros "Kirie", estava completamente fora das minhas parcas possibilidades, e nas deambulações que ia fazendo nunca encontrava o que procurava.

Até que um dia de visita a Valada do Ribatejo, vejo um pequeno veleiro, cujo feliz propriétário, havia "artilhado" até ao limite, de modo a proporcionar o conforto indispensável para 3 meses de estadia naquela vila ribatejana.
Digamos que foi amor á primeira vista, era isto que eu queria, vejo a bordo um simpático casal a ler, não querendo incomodar volto com a referência da embarcação em mente, um "DC 740", fabricado em Aveiro nos estaleiros "Delmar Conde".

Hoje confesso-me feliz proprietário de um DC 740, fâ incondicional, destes pequenos veleiros maneirinhos e nervosos, amigo pessoal do Delmar, que visito sempre que vou a Aveiro, e amigo do meu amigo Cristovão.

O "Paradise" no dia em que o conheci

Idem, idem, aspas, aspas


Posteriormente, enquanto deitávamos abaixo uma caldeirada de tamboril a bordo da traineira do "Ti Vitor", tive a oportunidade de conhecer o Cristovão e de o informar que tinha sido o responsável por eu haver comprado um "DC".

Como o Carlos Cristovão passa a vida a dizer que sou um vaidoso com o "NV Volare", deixo aqui uma postagem tipo "o seu a seu dono", apesar de o "NV Volare" ser um dos maiores icones d'água acima, do estuário do Tejo e baía de Cascais, o "Paradise" é realmente o DC 740 mais artilhado do mundo, quiçá de todo o universo, como se pode dizer "uma obra prima do tunning náutico.


Com o "Paradise" em aproximação, que nos encontremos por muitos e muitos anos a subir o rio.

domingo, 16 de maio de 2010

Dia de vento muito incerto

Após um inverno rigoroso mas passado a navegar no Mar da Palha, á descoberta do BlueSeven, (houve dias mesmo em que devíamos ser o único veleiro a navegar no estuário), finalmente aparecia dentro do nosso calendário, um dia de bom tempo, diga-se aceitável, quando chego ao barco já tinha á minha espera uma tachada de ovos escalfados preparados pelo Rui, eu devia de estar cheio de traça, porque retracei tudo.
Após a refeição lá nos fizemos ao Mar da Palha com destino á zona de Belém.
Desilusão, o vento estava deveras incerto, quer em intensidade, quer em direcção, ora vinha de NW com 12 nós, para depois se apresentar de N subindo até aos 34 nós, as refregas estavam lá, anunciando que o verão está para chegar e com ele as nossas odiadas nortadas.
Optámos por sair com a vela grande no 1º rizo, opção que se viria a verificar como acertada, sob pena de sermos apanhados desprevenidos.
O Rui como sempre preocupado com a manobra de convés e aparelho vélico, a meter-me os nervos em franja com as suas passeatas e verificações.
Á passagem por Alcântara estavam lá daqueles dos grandes, este estava a encher as goelas.


A escota da vela grande sempre á mão, o gajo ás vezes vinha bruto, lá íamos comentando entre nós que o barco começava a ter cada vez menos segredos, no entanto, íamos chegando á conclusão que com ventos fortes e incertos, falta-nos pelo menos mais um tripulante experimentado.

Alguns momentos de relativa calma em que dava para apreciar as flotinhas que passavam por nós e que também aproveitávamos para beber uma ou outra "nine" fresquinha.

Quando invertemos o rumo entre Belém e a torre VTS, é que foram elas, a maré começava a vazar, o vento ora caía, ora trinta e tal nós, sempre, mas sempre incerto, obrigando a uma bolina bastante quilhada rumo á marina do Parque das Nações, com o Blue Seven a ser obrigado a orçadelas bastante acentuadas onde aproveitámos para lavar as vigias de EB, em frente a Cabo Ruivo, com os 34 nós cada vez mais constantes, e com intenção de chegar-mos á vela até á marina, o Rui é obrigado a rizar a grande para o 2º rizo, tornava-se impossível aguentar o barco equilibrado.
Se com bom tempo é assim, prefiro frio, chuva e vento forte, mas que venha certinho, não é pedir muito.