quinta-feira, 20 de novembro de 2008

I Regata de Solitários - Volta ao Mouchão d'Alhandra

Realizou-se pela primeira vez a Regata de Volta ao Mouchão d'Alhandra em navegação solitária, esta regata contou com o meu apoio pessoal, (sem o qual não seria possivel realizar, digo eu) e com a presença de 10 destemidos Skippers munidos das respectivas embarcações.
Para mal dos meus pecados, a primeiras 3 milhas (1/2 volta) foram efectuadas á popa raza, como ainda não houve uma alma caridosa que contribuisse com um balão (já houve uma tentativa), tive de me resignar a deixar fugir 2 figaros de balão içado, "Nau dos Corvos", este com um balão de medidas avantajadas, assim como o barco com 10 cm a mais que os planos de construção, "Oceanus" que desta vez levava ao leme o nosso campeão mundial de Vaurien na categoria de Vela Piquena, o Chico Racha-a-Lenha, e o Mini-Transat do Mário "Azul", que sendo o velejador com mais horas em solitário, se esperava uma vitória, mas quedou-se pelo 2º lugar do pódio.
Ficam as imagens do barco mais bonito da Real Marina da Mui Nobre Vila d'Alhandra e do seu destemido Skipper lutando desesperadamente contra as popas em regatas.

A colocar o "pau" em posição

Manter o "pau" no sitio, firme e hirto



Com o "pau" a efectuar o seu trabalho

Com a viragem do "bico" sul do Mouchão, entrámos finalmente nas bolinas, mas já não havia muito a fazer, recuperámos distancia para o 3º (Oceanus), e aumentámos a distãncia para os restantes, após 2 horas e 15 minutos de regata cortámos a linha de chegada.

Salvou-se o cozido á portuguesa devidamente confecionado pelo gajo mais ordinário da Mui Nobre Vila d'Alhandra, não digo o nome para não ferir susceptibilidades, e tambem porque não quero injustiçar ninguem.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Um fim de semana de Novembro em Valada

Sábado, 8 de Novembro, o dia amanheceu cobrindo o Tejo com um véu branco, 10 horas, saida da marina com destino a Valada do Ribatejo, navegação apenas por GPS, situação que se manteve até próximo da Ponte da Leziria no Carregado.


Ponte da Leziria, bando de patos pousados no rio, foi uma constante desta viagem



Passagem na Aldeia avieira do Lezirão


Novamente patos á passagem na Quinta das Areias

Chegada a Valada, emancipação femenina na 3ª idade com influências de Iron Maiden


Pôr do Sol em Valada do Ribatejo, o meu menino atracado no pontão


Amanhecer muito branco em Valada


Uma paisagem que não estou habituado a ver de verão


A descer o Rio ao anoitecer, de regresso á Mui Nobre Vila d'Alhandra

Mesmo de Inverno, Valada não deixa de ter o seu encanto, a tasca da Ti Rosa continua lá a fazer a sopa caseira e as petingas fritas, á sexta-feira estão quentinhas, ao sábado frias e ao domingo têm molho de escabeche.

Vantagem de Inverno, não aparecem motas d'agua, e tá tudo muito mais calmo, mais uma vez fiquei cliente.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cálculo da nossa posição - Navegando pelo Sol


Na minha ultima viagem do Porto para Aveiro, e como é hábito, aproveitei para treinar um pouco de navegação astronómica, desta vez, parti do principio que não tinha qualquer estima efectuada, e tentaria achar a minha posição apenas pela passagem meridiana do Sol.

Ressalvo desde já umas situações, o sextante que o Veiga me emprestou era uma merda de plástico, devidamente desconjuntada, as lentes e os filtros estavam sujos, o mar apresentava uma vaga larga de 1,5m e névoa no horizonte, estavam reunidas as condições para as leituras serem uma porcaria.

Numa altura em todo o grande navegante coloca os olhos no display de um GPS, não deixa de ser gratificante sabermos navegar pelos astros á semelhança dos nossos ancestrais.

Passagem meridiana do Sol por alturas iguais
Estando a passagem meridiana do Sol em Greewich prevista no Almanaque náutico de 2008, para as 1221 HMG, iniciei as leituras de sextante por essa hora, tendo em conta que não sabia a minha posição estimada.

Cálculo da Longitude
Ora através da leitura de alturas iguais do Sol, estimei que a passagem meridiana aconteceu pelas 1254 HML (relógio de bordo)

Tendo em conta que o relógio de GW apresentava 1221, sendo a diferença de 33 minutos e fazendo a conversão de minutos de tempo em minutos de arco, calculei a minha Longitude Estimada em 8º25' W
Deste modo temos:
p.l. Hml = 1254 + Long em tempo = 33' p.l Hmg = 1327 fuso -1 W p.l HLeg = 1227

Cálculo da Latitude
Declinação do Sol ás 1300 Hmg = 10º 13'7 Sul (Página diária do Almanaque Náutico)

Correção (d) na página diária do Almanaque Náutico d=0.9 sendo a declinação a subir para Sul, logo o incremento correspondente no minuto 27 é de + 0.4

Declinação corrigida = 10º 14'1

Agora entra aquela porcaria de sextante
Altura instrumental (limbo inferior do Sol) .....37º 50'0
Erro de indice (não considerado)................................ 0'0
Altura Observada .................................................37º 50'o
Correção DIP (AN) altura de 2m.............................. - 2,5
Altura Aparente ....................................................37º 47'5
Correção Altura Aparente A 2/3 (AN) ...................+15'o
Correção A 4 (não considerado)
Altura Meridiana Verdadeira .............................38º 02'5
Altura Meridiana Verdadeira - 90 .................... 51º 57'5 (distancia zenital)
Declinação (subtrair) ............................................10º 14'1

(estando o astro no H.Sul a declinação terá de ser subtraida á distancia zenital para se achar a Latitude)

Latitude Observada 41º 43'4 N

Posição GPS:
Latitude: 40º 56' 0 N Longitude: 008º 44'3 W
Tendo em conta que se estivessemos perdidos no mar, este calculo daria uma posição 47 milhas a Norte da nossa posição real, o que desde já não é grave e completamente admissivel, digo eu!!!
Como diria o meu colega de serões da Escola Náutica, Cmdt Vasco Moscoso de Aragão "estamos por aqui".