- Olha lá, João, és mesmo de Alhandra?
Sou d'Alhandra desde o 2º dia de vida, nesse dia mudei-me para a Alhandra, directamente da Alfredo da Costa, mas porquê?
- O pessoal por aqui fala de um tipo de Alhandra que se divorciou, largou a casa e foi viver para um DC 740, isso é verdade, conheces o gajo?
Bem, isso é mais ou menos verdade, quanto ao gajo, até tu o conheces, aliás, tás a olhar para ele.
- Bem, nós aqui por Aveiro contamos essa estória lá no clube e até achamos uma estória gira, como é que um gajo larga tudo e vai para uma marina, viver num DC 740?
Nós por Alhandra vivemos muito o culto rio, dos barcos, a borda d'água, tudo isto faz parte da nossa vida, não nos vemos a viver sem o rio e os barcos, e quando alguem nos coloca entre a espada e a parede "ou eu ou o barco", não nos resta outra opção, senão optar pelo sentido da nossa vida, sei que isto para o comum dos mortais é um bocado esquisito mas é mesmo assim, não há explicação nem volta a dar.
Hoje 31 de Março de 2009, acordo pelas 0800, a bordo do NV Volare, o rio está calmo, depois do mau tempo dos ultimos dias, veio a bonança, saio do barco e olho para o rio, está lindo, as águas brilham e penso "como eu gosto disto", cada vez mais penso que "há certos passaros que não podem estar presos", caminho pela marina e dirijo-me para o carro, volto atrás e tiro duas fotos, e penso "o Tejo visto do meu quintal".
Quando me perguntam, porque sou assim, indiferente, não me importo, conforto, quanto baste, valores, sim, amigos, para sempre, universo, sobre nós.