terça-feira, 2 de dezembro de 2008

1 de Dezembro - Aniversário do Glorioso Alhandra Sporting Club


Dia 1 de Dezembro, data muito importante, comemora-se mais um aniversário do nosso Glorioso Alhandra Sporting Club, a Secção Náutica mais uma vez organizou as regatas de aniversário, assim como o muito importante e apreciado almoço de convivio.

A preparação de uma sopa de pedra

Largada da prova de canoagem de Cadetes e Infantis

Na canoagem estiveram presentes cerca de 130 atletas em K1, K2 e C1, na vela estiveram cerca de uma centena de atletas nas classes Optimist, Laser, Europe, Vaurien e ANC.

As provas decorreram em frente á nossa Mui Nobre Vila d´Alhandra, aproveitou-se uma janela de bom tempo para se efectuarem as provas de canoagem, para depois as condições não serem as mais adequadas para meninos durante as regatas de vela, com uma pequena depressão a se fazer sentir com alguma intensidade e a dar algum trabalho ao pessoal de apoio, nomeadamente junto dos Optimists.


Uma calmaria seguida de uma depressão das boas.


Ah! Quase me esquecia de dizer que o veleiro mais bonito da Real e Mui Nobre Marina d'Alhandra, um tal de "Volare" foi a melhor embarcação da frota Alhandrense em prova, efectuando uma inolvidável ultrapassagem por sotavento no ultimo bordo da bolina, ao seu mais directo adversário, um tal de Figaro Six denominado "Nau dos Corvos". (Not for everyone)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

I Regata de Solitários - Volta ao Mouchão d'Alhandra

Realizou-se pela primeira vez a Regata de Volta ao Mouchão d'Alhandra em navegação solitária, esta regata contou com o meu apoio pessoal, (sem o qual não seria possivel realizar, digo eu) e com a presença de 10 destemidos Skippers munidos das respectivas embarcações.
Para mal dos meus pecados, a primeiras 3 milhas (1/2 volta) foram efectuadas á popa raza, como ainda não houve uma alma caridosa que contribuisse com um balão (já houve uma tentativa), tive de me resignar a deixar fugir 2 figaros de balão içado, "Nau dos Corvos", este com um balão de medidas avantajadas, assim como o barco com 10 cm a mais que os planos de construção, "Oceanus" que desta vez levava ao leme o nosso campeão mundial de Vaurien na categoria de Vela Piquena, o Chico Racha-a-Lenha, e o Mini-Transat do Mário "Azul", que sendo o velejador com mais horas em solitário, se esperava uma vitória, mas quedou-se pelo 2º lugar do pódio.
Ficam as imagens do barco mais bonito da Real Marina da Mui Nobre Vila d'Alhandra e do seu destemido Skipper lutando desesperadamente contra as popas em regatas.

A colocar o "pau" em posição

Manter o "pau" no sitio, firme e hirto



Com o "pau" a efectuar o seu trabalho

Com a viragem do "bico" sul do Mouchão, entrámos finalmente nas bolinas, mas já não havia muito a fazer, recuperámos distancia para o 3º (Oceanus), e aumentámos a distãncia para os restantes, após 2 horas e 15 minutos de regata cortámos a linha de chegada.

Salvou-se o cozido á portuguesa devidamente confecionado pelo gajo mais ordinário da Mui Nobre Vila d'Alhandra, não digo o nome para não ferir susceptibilidades, e tambem porque não quero injustiçar ninguem.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Um fim de semana de Novembro em Valada

Sábado, 8 de Novembro, o dia amanheceu cobrindo o Tejo com um véu branco, 10 horas, saida da marina com destino a Valada do Ribatejo, navegação apenas por GPS, situação que se manteve até próximo da Ponte da Leziria no Carregado.


Ponte da Leziria, bando de patos pousados no rio, foi uma constante desta viagem



Passagem na Aldeia avieira do Lezirão


Novamente patos á passagem na Quinta das Areias

Chegada a Valada, emancipação femenina na 3ª idade com influências de Iron Maiden


Pôr do Sol em Valada do Ribatejo, o meu menino atracado no pontão


Amanhecer muito branco em Valada


Uma paisagem que não estou habituado a ver de verão


A descer o Rio ao anoitecer, de regresso á Mui Nobre Vila d'Alhandra

Mesmo de Inverno, Valada não deixa de ter o seu encanto, a tasca da Ti Rosa continua lá a fazer a sopa caseira e as petingas fritas, á sexta-feira estão quentinhas, ao sábado frias e ao domingo têm molho de escabeche.

Vantagem de Inverno, não aparecem motas d'agua, e tá tudo muito mais calmo, mais uma vez fiquei cliente.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cálculo da nossa posição - Navegando pelo Sol


Na minha ultima viagem do Porto para Aveiro, e como é hábito, aproveitei para treinar um pouco de navegação astronómica, desta vez, parti do principio que não tinha qualquer estima efectuada, e tentaria achar a minha posição apenas pela passagem meridiana do Sol.

Ressalvo desde já umas situações, o sextante que o Veiga me emprestou era uma merda de plástico, devidamente desconjuntada, as lentes e os filtros estavam sujos, o mar apresentava uma vaga larga de 1,5m e névoa no horizonte, estavam reunidas as condições para as leituras serem uma porcaria.

Numa altura em todo o grande navegante coloca os olhos no display de um GPS, não deixa de ser gratificante sabermos navegar pelos astros á semelhança dos nossos ancestrais.

Passagem meridiana do Sol por alturas iguais
Estando a passagem meridiana do Sol em Greewich prevista no Almanaque náutico de 2008, para as 1221 HMG, iniciei as leituras de sextante por essa hora, tendo em conta que não sabia a minha posição estimada.

Cálculo da Longitude
Ora através da leitura de alturas iguais do Sol, estimei que a passagem meridiana aconteceu pelas 1254 HML (relógio de bordo)

Tendo em conta que o relógio de GW apresentava 1221, sendo a diferença de 33 minutos e fazendo a conversão de minutos de tempo em minutos de arco, calculei a minha Longitude Estimada em 8º25' W
Deste modo temos:
p.l. Hml = 1254 + Long em tempo = 33' p.l Hmg = 1327 fuso -1 W p.l HLeg = 1227

Cálculo da Latitude
Declinação do Sol ás 1300 Hmg = 10º 13'7 Sul (Página diária do Almanaque Náutico)

Correção (d) na página diária do Almanaque Náutico d=0.9 sendo a declinação a subir para Sul, logo o incremento correspondente no minuto 27 é de + 0.4

Declinação corrigida = 10º 14'1

Agora entra aquela porcaria de sextante
Altura instrumental (limbo inferior do Sol) .....37º 50'0
Erro de indice (não considerado)................................ 0'0
Altura Observada .................................................37º 50'o
Correção DIP (AN) altura de 2m.............................. - 2,5
Altura Aparente ....................................................37º 47'5
Correção Altura Aparente A 2/3 (AN) ...................+15'o
Correção A 4 (não considerado)
Altura Meridiana Verdadeira .............................38º 02'5
Altura Meridiana Verdadeira - 90 .................... 51º 57'5 (distancia zenital)
Declinação (subtrair) ............................................10º 14'1

(estando o astro no H.Sul a declinação terá de ser subtraida á distancia zenital para se achar a Latitude)

Latitude Observada 41º 43'4 N

Posição GPS:
Latitude: 40º 56' 0 N Longitude: 008º 44'3 W
Tendo em conta que se estivessemos perdidos no mar, este calculo daria uma posição 47 milhas a Norte da nossa posição real, o que desde já não é grave e completamente admissivel, digo eu!!!
Como diria o meu colega de serões da Escola Náutica, Cmdt Vasco Moscoso de Aragão "estamos por aqui".

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Apelo á Marinharia Alhandrense

Esta semana recebi um mail e posterior telefonema do meu camarada e amigo das lides do mar do norte, Engº João Fernando Madail Veiga, (Presidente da A.G. da Assoc. Aveirense de Vela de Cruzeiro) mais conhecido por "Veiga" comandante da esbelta embarcação "Véronique", com o seguinte conteudo:

"Joaozinho,

Ainda é muito cedo para tratar dessas coisas, mas uma ideia peregrina veio-me à mente. Pensa nela e opina sff.

Há 8 anos eu participei com o Veronique na Arcachon Aveiro, que nesse ano fez escala em Gijon.
Foi da pele dos ditos pôr o barco lá em cima, demorei 2 meses a pô-lo em Gijon, e já não cheguei a tempo de largar de Arcachon.
A ideia era a seguinte:
Arranjar uma meia duzia de maduros e alugar um barco em Arcachon até a Corunha, ou Baiona e, a partir dali, continuar com o Veronique até Aveiro. (ou no alugado, claro)
A preços de hoje, o aluguer de um 40 pés com skipper (assim o gajo depois leva-o para cima) custa, duas semanas, à volta dos 3000 euros. Duas semanas dá para vir até Aveiro. Se for até a Corunha ou Baiona será menos, mas aí no Veronique só podemos por 4 ou 5 tripulantes e não os 6 iniciais.
Pensa nisto.
As datas serão de 12 a 21 Julho de 2009.

Joao Veiga"



Agora eu:

A ideia soa-me meio doida, mas dá para encaixar, se a meia duzia de maduros forem de igual modo malucos pode-se tornar numa experiência engraçada.
Neste contexto, acho que não seria disparate (uma vez que Alhandra é a povoação com mais comandantes per capita), tentarmos levar uma pequena delegação desta terra tagana e atravessar uma das piores zonas da Europa para navegar, o Golfo da Biscaia.
Tendo em conta que num 40 pés podemos colocar até 8 tripulantes, os custos de aluguer poderiam ficar reduzidos a cerca de 400 euros por cabeça, o que para uma empreitada desta envergadura não é nada.
Tendo em conta que o mar do Norte não é própriamente para meninos, e uma vez que seria no minimo gratificante participar numa coisa destas, porque não juntar-mos uma tripulação de Aveirenses e Alhandrenses e enfrentarmos em conjunto o desafiador Golfo da Biscaia, as costas da Bretanha e o Cantábrico, tudo duma só vez e que tanta inveja fazem ao nosso Mar da Palha.

Como diz o Veiga, ainda é cedo, mas temos de começar a pensar nisto.

Eu digo: Podes contar comigo

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aveiro - Porto - Aveiro 2008 As Fotos

Cruzeiro Aveiro - Porto - Aveiro 2008

Dia 17 2000 horas
Chegada á Assoc. Aveirense de Vela de Cruzeiro, de uma delegação de 3 velejadores do Sul que irão integrar tripulações daquele clube.
Delegação: João Rodrigues, Julio Quirino (companheiro destas lides) e Paulo Nunes, um estreante cheio de vontade.
Pelas 2100, é servido um jantar devidamente confeccionado pelo Sr. Presidente Paulo Reis, após o qual embarcamos numa navegação nocturna a bordo do “Liberum”, embarcação Gib Sea de 40’, pertença do armador Bonito Galacho.
Esta navegação terminou pelas 0430 pelo que acabei por dormir a bordo do “Liberum”.

Os meus aposentos nestes 3 dias, o camarote de popa a Bombordo

Dia 18 0730 Alvorada
Distribuição de tripulações, o Cmdt Veiga informa que não vai comparecer, pelo que a tripulação do “Véronique” vai ser composta pelo Eugénio, João Pragana, Julio e Paulo, o Veiga vai de comboio para o Porto, eu fico a bordo do “Liberum” a convite do armador.

0830 – Descida da Cala d'Aveiro com destino á barra, o “Taaroa” informa que o radar e o gps foram abaixo, pelo que lhes passo o meu gps portátil.
Saímos a barra pelas 0920, o Galacho sente-se um bocado indisposto devido á navegação da noite e foi-se deitar, como mais graduado a abordo, assumi instintivamente o leme do “Liberum” coadjuvado pelo jovem marinheiro Kiko nas manobras de cabos, que assumia o leme timidamente cada vez que me deslocava ao WC, efectuámos o bordo mar adentro até ás 1300, enquanto o Machadinho fazia a almoço, á hora de almoço virámos de bordo em direcção a terra, que entretanto já não se via á muito.
A meio da manhã o “Mike Davis/Porto de Aveiro” do Delmar Conde, cortou a nossa proa, pelo que é informado via VHF que me encontro ao leme do “Liberum”, igual a si próprio, o Delmar vira de bordo vem-me cumprimentar no meio do grande oceano do norte.
Entretanto depois do almoço o nosso armador já está recomposto e o Machadinho cansado do esforço efectuado ao fogão, vai dormir por 3 horas.
Entretanto o vento subia até aos 18 nós e proporcionava-nos umas bolinas de luxo com este 12 metros a atingir facilmente os 6,6 nós de velocidade (SOG-speed over ground)
Pelas 1600 e já a pagar uma factura de sono pela noite anterior e após 6 horas de leme, passo este ao Galacho, e fui-me recolher por uma horita.
Pelas 1800 damos entrada na barra do Douro e atracamos na ribeira da Invicta.

Mais uma vez chegamos á conclusão que não há condições para atracar nesta cidade.

Dia 19 0800 Alvorada
O “Celta Morgana” tá com problemas de motor, o Tony não consegue dar arranque, após várias tentativas com baterias do “Véronique” e do “Mike Davis”

E já com a água a vazar bem, é tomada a decisão de levar o “Celta Morgana” a reboque para o Porto de Leixões, cabendo essa mui nobre tarefa ao Cmdt Veiga e ao seu “Véronique”.
Os meus colegas “mouros” que estavam no “Véronique” passam a fazer parte da tripulação do “Tibariaf II”.
Entretanto a frota segue para Aveiro, o José Ângelo (Blue Moon) informa via VHF que só vai chegar a Leixões por volta da 1200.
O “Celta Morgana” fica em Leixões, o Tony (armador) vem de comboio para a Aveiro e o “Veronique” inicia a viagem de regresso a Aveiro.
A bordo do “Liberum”, mete-se o piloto automático, o Machadinho dorme, e cabe ao Galacho a tarefa de fazer o almoço, enquanto eu tomo conta do barco.

Pelas 1600 horas estamos no enfiamento da barra de Aveiro, preparo-me para passar o leme ao Galacho que não aceita e dá-me o privilégio de fazer o “Liberum” penetrar a barra de Aveiro comigo ao leme, e de o levar ria acima até ao pontão da AVELA , ás portas da cidade de Aveiro.
Pelas 1645, estamos atracados.
Pelas 1900 chegava á minha Mui Nobre Vila d’Alhandra.
Conclusões:
De enaltecer este estreitamento de relações e experiências entre 2 clubes de vela, um vocacionado para vela oceânica e o outro para águas interiores.
Falta a deslocação de uma delegação de Aveiro ás nossas águas, vamos começar a pensar em “Valada 2009”
Veiga, eu sei que posso contar contigo.
Galacho, obrigado por me confiares o leme do “Liberum”, esteve sempre bem entregue.
“Liberum” (livre e independente)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Check List

LISTA DE VERIFICAÇÕES Check List

-Previsões meteorológicas
-Equipamentos de navegação e de governo (agulha, odómetro, leme, radar e GPS)
-Combustível (para a viagem e reserva)
-Equipamentos de comunicações (VHF e telemóvel)
-Cartas Náuticas e Roteiros da zona
-Aparelho propulsor (vela / motor)
-Estanquicidade e sistemas de esgoto (Válvulas, escotilhas,
bombas de esgoto, sanitários, etc)
-Baterias
-Tomadas de corrente
-Luzes de navegação
-Lanternas e pilhas de reserva
-Coletes de salvação Arneses de segurança
-Equipamento de segurança (Balsas, sinais fumígenos, fachos, espelho, etc)
-Sistema de combate a incêndios
-Reflector de radar e radiobaliza
-Água potável, mantimentos
-Caixa de 1ºs socorros
-Comunicar o plano de navegação
-Ancoras e cabos
-Documentação

Cruzeiro Aveiro - Porto - Aveiro

No próximo fim de semana, realiza-se mais uma edição do Cruzeiro Aveiro - Porto - Aveiro, uma organização conjunta das Organizações Beiga, MAMA, Assoc. Aveirense de Vela de Cruzeiro e Alhandra Sporting Club (representado pela minha pessoa), sendo este ano integrado nas comemorações do aniversário da AVELA.

Programa:
dia 17 2100 horas - Jantar nas instalações da AVELA
dia 18 0800 horas - Saida da Barra de Aveiro
1700 horas - Provável chegada ao cais da Estiva, na ribeira do Porto
2030 horas - Jantar

Dia 19 0700 horas - Alvorada
0830 horas - Saida com destino á barra do Douro
1600 horas - Provável entrada na barra de Aveiro
1630 horas - Imponente desfile náutico até á Lota Velha em Aveiro

Até lá desejo a todos um bom cruzeiro.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Alegria, sabedoria e amizade

Hoje deu-me para isto, rabiscar sobre a alegria, alegria de fazer aquilo que gostamos de corpo e alma, desculpem, mas têm de me aturar (se quizerem), se continuo assim ainda me converto a uma religião qualquer esquisita.

A alegria de fazermos o que gostamos com prazer, tem o dom de espalhar mais felicidade que todas as riquezas materiais que nós conhecemos.
Cultiva em nós o hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar sempre que o melhor está para vir e nunca o pior, está na luta, na tentativa, e em todo o sofrimento envolvido na busca desse fim.
O maior prazer que tenho e posso sentir é que com a minha presença estou a causar prazer a quem me rodeia, aos meus amigos.
Sempre me senti feliz por estar vivo, alegre apesar das más notícias, pois nunca devemos matar em nós a simples alegria de viver
Às vezes interrogo-me se, com excepção do saber, os deuses e/ou o gajo que inventou este 3º calhau a contar do sol, ofereceram ao homem alguma coisa melhor que a alegria, a sabedoria e a amizade.

Vários factores aparecem perante os nossos olhos nesta vida, cada um de nós ao longo da vida vai sofrendo inevitavelmente, nas ocasiões mais adversas e de formas diferentes, as suas derrotas, mesmo que temporárias.
Temos no entanto de ter sempre presente, que cada adversidade poderá trazer consigo um equivalente beneficio.
Sempre que superamos estas adversidades, torna-mo-nos mental e espiritualmente mais fortes, deste modo vamos aprendendo e lutando ao longo da nossa vida com a adversidade, porque o que não nos mata, fortalece-nos o corpo e o espirito.

Não podemos dirigir ou controlar o vento, mas podemos ajustar as velas do nosso navio, porque o tempo não é muito e aquele que nos resta é de aventura, temos de andar depressa, pois não sabemos se esse tempo que ainda temos é suficiente para encher todos os nossos sonhos.
Se colocarmos de parte esta alegria, esta matéria de que são feitas os sonhos, ficamos sós, aquilo em que nos apoiávamos deixa de existir, a solidão toca-nos e empurra-nos para o abismo.
Podemos rir, mas não é de verdade.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Secção Náutica do Alhandra vai a eleições

Perfilem-se os candidatos
Neste final de ano acaba o mandato de dois anos da presente direcção, muito se tem falado nos ultimos tempos sobre decisões polémicas da mesma e quiçá atitudes menos próprias do presidente (dizem).
Pois bem, chegou a altura, que avancem os criticos, aproveitem a embalagem das esperas de touros e peguem o touro pelos cornos, ou então fiquem calados e resumam-se á sua insignificância.
A má lingua está instalada, fala-se na esplanada do bar, oscultam-se opiniões, fazem-se estatisticas e contam-se as espingardas.
Caros sócios e leitores, Secção Náutica é um barco com um rumo, um Skipper ao leme, e o resto da tripulação tem de trabalhar no complemento do trabalho do dito cujo, que nem sempre poderá ter a melhor tripulação, mas isso apenas caberá a ele melhorar.
Foram dois anos de mandato, claro que houve decisões e atitudes que secalhar não foram as melhores, mas então e o resto? Como sempre não conta.
Vamos lá a ponderar:
-Há falta de atletas nalguns sectores, é um facto, mas cabe aos directores subalternos arranjar soluções, e penso que estão a ser tomadas algumas decisões nesse sentido.
-Apostou-se na frota de Lasers, decisão mais acertada não poderia haver.
-Efectuaram-se regatas de Club Race, todos os meses houve regatas a engalanar o Tejo em frente á nossa Mui Nobre Vila d'Alhandra.
-No sector dos Veleiros foi implementado um verdadeiro espirito de frota, "A Armada Alhandrense" como lhe chamo, á quanto tempo não se viam tantos veleiros nas águas Taganas, quer em frente a Alhandra, quer rio abaixo ou acima.
-O Cruzeiro do Tejo não foi dos melhores, nem como nós gostariamos que fosse, mas temos de acreditar que foi o possivel, no entanto tivemos um Belem-Alhandra-Belem digno de registo.
-Estreitaram-se as relações com o nosso clube vizinho UDV, organizando regatas em perfeita colaboração.
-No sector desportivo os resultados foram os possiveis com alguns brilharetes.
-A nivel das infraestruturas tambem não se parou, vai-se remediando o que se tem, tambem não há dinheiro para mais e as entidades oficiais não apoiam, o novo posto náutico continua a ser um sonho, mas o passeio ribeirinho tambem era e ele está aí, portanto, vamos acreditar (i'm a believer).
Deste modo, acrescento que dois anos para uma direcção mostrar trabalho, é pouco tempo, nem sequer deu para atingir a maturidade, temos que acreditar que esta direcção está a dar o seu melhor em prol de, desinteressadamente, e como tal, mesmo com alguns erros, (todos o fazem), temos de agradecer o seu trabalho, apenas isso.
Como costumo dizer, o actual Skipper da nau, tem um problema, gosta tanto daquilo como eu, e como tal as situações vivem-se com mais intensidade, mas é como é e não há nada a esconder, é assim e pronto, pior serão as palmadinhas nas costas pseudo-amigos da Secção Náutica seguidas de umas facadinhas ao virar da esquina, estou claro a falar daqueles mal-dizentes que nunca tiveram os tomates no sitio para se assumirem como direcção, o que vale é que as vozes de burro não chegam ao céu.
Vamos lá mas é a deixar trabalhar quem quer e quem não quer, afaste-se.
Finja que vai á casa de banho e nunca mais apareça.
Eu, gostei de ser Presidente da Secção Náutica, foram oito anos de luta (1998-2006), em que acreditei no que estava a fazer e ás vezes saí desiludido, mas a Secção Náutica é uma grande instuição e mereceu todo o esforço, como tal continuo a colaborar com a direcção actual, mas tambem é graças a certo tipo de pessoas que digo com a maior mágoa, jamais farei parte de uma direcção, quiçá atrás de mim virá alguem com a mesma opinião e é pena.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Europe - Uma classe áparte

Eu tive o prazer de velejar vários anos de "Europe", o barco de vela ligeira por eleição.
É um barco para o qual nem todos os velejadores são talhados, para além de nos ensinar a velejar, ensina como se aparelha uma vela, como se fáz para uma vela ficar bonita, hoje vejo que o nosso clube investiu em Lasers, nada mais correcto em função dos tempos que correm.
Mas desculpem os laseristas, enfiar uma mastro numa vela, caçar esteira e boom-jack, pronto, vamos para a água, então e o resto das afinações?
Desculpem, mas não estão lá.

O Europe era aquele barco, que nos obrigava a virar de bordo ao mínimo ressalto de vento, com pouco vento formáva-mos a vela com o barco adornado para sotavento, quando o vento soprava mais bruto era o aguenta se puderes, a vaga curta do Tejo mantinha sempre o barco cheio de água e o velejador sempre encharcado, a popa raza obrigáva a levar a cana de leme no meio das pernas, muitas vezes o barco saía debaixo de nós e lá íamos a nadar atrás dele, até calmamente entrar na orça, e ficar com a vela a bater, qual bandeira ao vento.
Não tenho palavras para descrever o velejar naquele barco instável de casco redondo.
Aos 17 naufraguei de Europe, abri a quilha ao meio no meio de uma nortada em frente a Vila Franca de Xira, descia o rio após passar a noite na Praia dos Cavalos, fadiga de material, dizem, eu digo assim, tava uma nortada do caraças e nunca vi um barco andar tanto a um largo folgado, parar por as velas encherem no sentido inverso da marcha devido á velocidade com que surfava a onda e voltar a disparar novamente.
O resultado foi umas horas a nadar e o constante subir e descer do casco virado ao contrário, a nortada arratava para a margem Sul e a ondulação não nos deixava ficar de pé, até que o "Benfica", canoa do tejo, me foi buscar, a mim e ao barco, porque esse tinha de vir para terra.
Tenho um exemplo de um velejador, construtor e arquitecto naval, exemplar a todos os niveis, de seu nome Delmar da Silva Conde, tem um Veleiro de 12 metros, tem 1 Vouga, tem 1 49er, mas tem um Europe.
Ainda hoje falamos várias vezes sobre esse pequeno mas grande barco de vela ligeira, ele diz, "virei-me várias vezes de Europe, nunca soube porquê".
O Europe é assim, , um barco nem sempre fácil de velejar, gostamos dele e pronto, secalhar tambem não sabemos porquê.
Já foi uma classe olimpica, agora temos os Finn, não é mais que um Europe mais crescidinho.
Eu tive o prazer de velejar vários anos num Europe, este barco que fazia velejadores.


Europe a bolinar com vento fresco, pormenor da barra de escota com o carrinho colocado a sotavento da linha de meia nau

domingo, 28 de setembro de 2008

O sentido da vida

Hoje encontrei o Jorge.
Decorria o ano de 1992, eu recem retirado da canoagem de competição, dava aulas de canoagem no clube.
Jorge Pereira, 30 e poucos anos, militar de profissão, 1ºSargento do Exército, queria aprender canoagem, fui seu professor e companheiro enquanto quis por lá andar, pessoa muito dinâmica, um dia não estava bom para remar, convidou-me para uma corridinha, aceitei até porque tava habituado.
Ao ver que o Jorge nunca mais parava, perguntei se ele estava habituado a correr, respondeu "faço umas maratonas".
Tava explicado, tambem fiquei nesse dia a saber que era "Ranger" tinha frequentado á pouco o Curso de Operações Especiais em Lamego.
A guerra do Golfo ainda tava em fase de rescaldo, 1ºSargento Pereira tinha-se oferecido para uma comissão de 6 meses, com o que ganharia na comissão queria comprar o sonho de ter uma carrinha Opel Astra.
Soube que o Jorge embarcou, nunca mais o vi, até ao dia do meu casamento em 1993, em que vejo na estrada nacional nº10 á saida de Alhandra, uma carrinha Astra parada em plena estrada a fazer sinais de luzes, era o Jorge.
Apareceu-me uns meses depois no clube, para me cumprimentar e mostrar a carrinha, mostrei o Opel Corsa 1.4 SI que a empresa me havia "oferecido".
Pouco mais soube do Jorge, até á meia duzia de anos atrás, apareceu no clube junto com a esposa, não o reconheci, aquela pessoa extremamente dinâmica, imparável e cheia de vontade de vencer, tinha tido um AVC, paralizado do lado esquerdo, mal conseguia andar, é daquelas situações que nos parte ao meio como pessoas e nos leva a pensar no sentido da vida.
A esposa contou-me á parte o que se tinha passado, o quanto estava a ser dificil para ele, e tambem para ela, muito mais sendo ele uma pessoa que não sabia o significado do "estar parado".
Hoje tive de ir á Gare do Oriente, estacionei o carro no parque e desci as escadas, passo por uma pessoa de bengala, a cambalear ligeiramente e com o braço esquerdo paralizado, "é o Jorge, pensei".
Chamei, ao que ele acedeu, era ele e reconheceu-me,cumprimentou-me segurando a bengala com o queixo contra o peito, falámos um pouco, mais sobre o que estou eu a fazer porque da parte dele limitou-se a um "agora é ir vivendo", disse-me que vai algumas vezes a Alhandra e procura-me sempre, "temos andado desencontrados", a conversa termina com um "sempre que fores a Alhandra procura-me, ando sempre pela borda d'água, assim o meu barco esteja lá".
Despedimo-mos, não mais parei de pensar no sentido desta vida.
Hoje encontrei o Jorge, um sobrevivente.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

EarthRace na Real e Mui Nobre Marina d'Alhandra

Alhandra "A Toireira", Filha do Tejo, mais uma vez na rota da História, a terra de Afonso de Albuquerque, Sousa Martins, Baptista Pereira, dos Esteiros, a minha terra e de quem gosta tanto dela como eu.

A embarcação a motor 'Earthrace' que fez a circum-navegação em apenas 60 dias esteve cá.

"A embarcação futurista Earthrace bateu em 27-06-08 o recorde mundial da volta ao mundo em embarcações a motor, um percurso de 25 mil milhas que cumpriu em sessenta dias, retirando precisamente duas semanas ao anterior máximo - 75 dias - estabelecido há dois anos pelo iate inglês Cable Wireless. E, num dia em que o barril de petróleo bateu também ele novos recordes, atingiu esse feito usando uma energia alternativa, o biodiesel, de uma empresa portuguesa, a SGC energia, da holding do empresário João Pereira Coutinho.

Com quatro tripulantes a bordo (um deles um engenheiro de ascendência portuguesa) e dois convidados rotativos, comandado pelo skipper neozelandês Pete Benthune, o Earthrace atravessou quatro oceanos, dois canais (Panamá e Suez), e os cinco continentes, promovendo a difusão do novo carburante como forma mais veloz de navegação e amiga do ambiente. Em terra ,a equipa de apoio era de apenas quatro elementos, com outros tantos na base em Londres. Exactamente 60 dias depois da partida, juntaram-se todos de novo no Porto de Valência com a respectivas famílias, para fazer a festa com champanhe e charutos. Pelo recorde e pelas boas notícias: depois de dois meses no mar houve mesmo um pedido de casamento e a alegria de estar um bebé a caminho.
"O ponto de viragem foi Singapura, depois de termos perdido o motor e termos de fazer um desvio até à Malásia para o arranjar", contava Pete à chegada ao seu principal patrocinador, João Pereira Coutinho, um velejador de renome, que pela primeira vez viu ao vivo o "brinquedo" que patrocina.

Apesar de ser impossível suportar o cheiro do interior e atravessar a desarrumação ("somos homens e foram dois meses", contou Pete), Pereira Coutinho terá tempo nos próximos dois anos, o tempo que o barco estará em Portugal (Portimão, primeiro, Lisboa, depois), onde testará novos biocombustíveis da SGC (o actual é feito à base de girassol português, soja brasileira e purgueira moçambicana), apostando noutras matérias como as algas e... o lixo."

DN 28.06.08

EarthRace movido 100% a BioDiesel esteve n'Alhandra

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Regata Belem - Alhandra - Belem 20 e 21 de Setembro

Desabafo

Realizou-se a 25ª edição desta regata, digamos que enquanto Presidente da Secção Náutica, (que fui durante 8 anos)esta foi sempre a prova que mais me deu gozo organizar, enchia-me de orgulho em receber aqueles veleiros vindos de Lisboa, pessoal com um certo "Know How" em termos de navegação, normalmente habituados a navegar noutras águas, mas que nesta altura se atreviam a subir a "Cala das Barcas" e vir á nossa terra.
Nem sempre as coisas correram bem, nem sempre foi como nós gostariamos, este ano não foi excepção, há sempre algo que falha, polémicas á mistura, na qualidade de Vice-Comodoro (endossado), digo, não vale a pena irmos por aí, não vamos falar de ratings, handicaps antigos, taças, fados vadios,putos que levam estaladas e outros diversos.
Devemos falar sim, no prazer de velejar, no orgulho de bem receber na nossa terra, e de sentir que as visitas saem daqui satisfeitas, as nossas discussões devem ter lugar em sede própria, e se alguma coisa está ou correu mal,foi porque todos nós deixámos que isso acontecesse, deviamo-nos ter chegado á frente antecipadamente, com a iniciativa de fazer com espirito de bem cumprir, e nunca deixar para depois o dizer que está mal.
Caberá a nós Sócios, reflectir sobre o futuro deste tipo de provas, ajudar na sua realização com opiniões válidas e sua concretização.

A Regata

Este ano contámos com presença de 31 embarcações, pena que faltassem alguns da casa, mesmo assim foi muito bom.

Sábado dia 20
Não tivemos sorte com o vento, aparecia timido, ia-se embora, foi uma autentica lotaria, este factor fez com que a Comissão de Regata encurtá-se o percurso acima da Vasco da Gama, faltou uma inolvidável chegada da frota á nossa Alhandra com os panos no ar.

Domingo 21
Largada sem vento, apareceu um pouco bonançoso minutos depois, proporcionado umas bolinas engraçadas até á Póvoa, onde se deu a linha de chegada.
A frota de Lisboa seguiu o seu caminho, a frota d'Alhandra regressou a casa, no meu caso,após reunião a bordo, decidimos seguir até Lisboa, onde chegámos á Doca de Alcantara por volta das 1400, almoço nas Docas e pelas 1600, entrava um vento S de 12 nós, que nos fez sufar em borboleta até á Vasco da Gama, entretanto o vento ronda para W e sucessivamente para NW, obrigando a uma velejadela de muito luxo até á nossa Mui Nobre Vila d'Alhandra, onde aportámos pelas 1900 horas locais.
Salve-se o espirito do melhor barco do mundo e morra quem se negue.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Um fim de semana em regatas

O fim de semana de 13 e 14 de Setembro foi palco de regatas na nossa vizinha Vila Franca de Xira, onde nós deslocámos uma frota de 14 veleiros, e outras tantas embarcações de vela ligeira.



Mais uma vez ficou demonstrado que em termos organizativos, não há nada que chegue aos calcanhares do nosso Staff, a falta de informação foi uma constante, mas pronto, no fundo acabou por correr relativamente bem, e o saldo foi mais ou menos positivo.

Em termos competitivos, estas regatas serviram para treino do próximo fim de semana, em que se vai disputar a World Cup Open e DC 740 World Cup.
As tripulações aproveitaram para treinar, afinar barcos e corrigir erros tácticos.

Nestas provas, notou-se uma grande competividade, as embarcações no escalão de 6.10m a 7.40m estão com nivel muito acérrimo, em que a táctica e o não cometer erros é primordial.

Aparecem algumas surpresas agradáveis, o "Free" aparece a querer dar luta aos consagrados, o "Azul" mostra mais uma vez que a experiência de muitas horas na água se traduz em resultados, o "Old Navy" continua a afirmar-se um lutador com ventos acima da média, o "Volare" volta a mostrar como se veleja com ventos fracos a médios e como se defende com ventos fortes, fazendo recuperações extraordinárias, aliás como vem sendo hábito.


"Old Navy" DC 740 de quilha fixa

No sábado as coisas estiveram calmas, a regata teve uma distância de cerca de 10 milhas entre Vila Franca e a Ponte da Leziria, a primeira perna foi efectuada a bolinar com vento fraco, tendo-se assistido a uma luta renhida entre Old Navy, Nostrum, Volare, Free e Nau dos Corvos, tendo o Volare levado a melhor até á rondagem da bóia, fica para a posterioridade uma memorável ultrapasságem ao Old Navy por sotavento, com um pedido de espaço logo a seguir (inolvidável sem palavras).

A frota numa calmaria digna do Mar da Palha

Na rondagem as coisas complicaram-se, a popa raza pedia o balão, mas o nosso não estava lá (não temos), a partir daqui a luta foi entre as embarcações que tinham içado balão.
No domingo o cenário foi idêntico, mais uma vez partimos mal, vento fraco a cair gradualmente, de ultima embarcação a largar, fomos a primeira a chegar á boia de rondagem, e o vento vai-se na totalidade, a frota içava balão e ficava parada, nós em borboleta descaíamos na corrente, durante cerca de 20 minutos andou tudo ao papel, até que alguem a meu lado roga uma praga "venha vento para empandeirar os balões", nunca uma praga foi tão bem rogada, a ordem foi para desfazer borboleta que o gajo vem bruto.

A frota em nossa perseguição

Vem um NW bruto chegando a 25 e 27 nós de rajada, os balões ficam completamente desordenados, vem tudo para baixo a um largo dos bons proporcionado uma velejadela de luxo.
A boia de desmarque, mal colocada na margem Sul, não dá espaço de manobra para rizar a vela grande, opto por enrolar a genoa até aos 120%, somos obrigados a levar porrada, fico espantado como que o meu DC derivador se aguentou com aquela ventosga, o Delmar Conde (construtor)aconselha a passar a vela grande para o 1º rizo a partir dos 11 ou 12 nós, estavam 25 nós, e nós a levarmos com aquelas nozes todas no focinho, era mesmo muito fruto seco, mais inclinanço, menos inclinanço, sempre á defesa lá cortámos a linha de chegada, com o danado do "Free" no nosso alcance que se havia apercebido das nossas dificuldades.
Ficámos com o resultadão de um 5º Lugar Geral e 1º Sem Balão.
Acabada a regata alguêm ao meu lado me pergunta:

Fd-se, quanto custa um balão?

Nota: Para o próximo fim de semana vamos dormir para junto da bóia de largada, deste modo pode ser que consigamos largar ao mesmo tempo dos outros, digo eu, não sei.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Summer almost gone

O Verão já lá vai, hoje a minha mui nobre Vila d'Alhandra, despertou com uma sulada das boas, daquelas que anunciam os ventos de Outono.

Aproveitei para satisfazer a curiosidade e fui construir algumas páginas diárias do Almanaque Náutico.
Para dia o dia de hoje, á hora das fotos (15oo HMG), o Sol, astro rei, acusava uma Declinação de 6º.31,2 Norte.
No dia 21 de Junho, deu-se o Solsticio de Verão, ás o9oo HMG, o astro rei, atingiu a sua Declinação máxima 23º26,5 Norte, aí se manteve até ás 1600 HMG, ás 1700 já vinha por aí abaixo 23º26,4, sendo engraçado que no dia em que dizemos que começa o verão, de facto é quando se inicia a contagem decrescente para o seu fim.
Este ano o Equinócio vai-se dar no dia 22 de Setembro, ás 1500 HMG o Sol estará ainda no Hemisfério Norte com a Declinação 0º00,7 Norte, ás 16oo HMG já terá passado para o Hemisfério Sul com a Declinação de 0º00,2 Sul, entraremos na nossa estação de Outono.


Ponta Sul da Marina


O Fulô a navegar na sulada

Ao fundo, o tenebroso Mar da Palha
*
O Sol já não aquece a água da mangueira, no Tejo a temperatura começa a descer, já sinto as saudades da água a 28º e das noites passadas no meu quintal.
Resta-nos esperar pela Feira de Outubro em Vila Franca, este ano não houve feira do melão, em Dezembro temos o aniversário do nosso Clube, mais uma vez prevemos a passagem do ano ao largo do Terreiro do Paço, se a humidade relativa o permitir veremos o fogo de artificio, se não, mais uma vez nos resta o aconchego da Doca do Espanhol.
"The autumn winds blow
Chilly and cold
"September, I'll remenber,
a love once new has now, grown old"

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Apelo á Armada Alhandrense

A Secção Náutica do Alhandra Sporting Club, vai mais uma vez levar a efeito a realização da Regata Belém-Alhandra-Belem nas classes ANC, desta feita nos dias 20 e 21 de Setembro.
Caberá a nós Alhandrenses demonstrar que o Alhandra e Alhandra sabem receber! Sabemos que esta regata já é um cartão de visita para quem vem de Lisboa com destino á nossa Alhandra, pelo que mais uma vez não podemos desiludir.
A Câmara Municipal de V.F.Xira, já se comprometeu em ser anfitriã da regata concedendo o jantar na Quinta Municipal de Sub-Serra.
Deste modo apelo a todos os Skippers d’Alhandra, que no dia 20 pelas 0800 (H Legal), soltem as amarras da nossa marina rumo a Belém.
Vamos descer a Cala das Barcas e chegar em frota ao Padrão dos Descobrimentos, demonstrando á capital que existe um clube de província com uma Armada ao mais alto nível.
A frota Lisboeta deverá juntar-se a nós e não podemos deixar de estar gratos àqueles que mesmo em Lisboa elevam o nome de e do Alhandra nas regatas da Capital.

Chamada Geral á Navegação
- Free - Azul
- Fulô - Caliope
- Nichu’s - Blue Dolphin
- Elejota - Barradas
- Old Navy - Nau dos Corvos
- Vaidevela - Bigareta
- Sheherazade - Falua (nice)
- Oceanus - Matisse
- Evaluna - Galileo
- Volare - Nostrum
- Snoopy - Falua
- Vaga - Talisca

Mais uma vez em Valada 30 e 31 de Agosto

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alhandra e o Associativismo

Parece-me que o verdadeiro, aquele espírito de associativismo que em tempos conheci e tão bem nos caracterizava, está arredado do nosso clube e consequentemente da nossa terra.

Alhandra, neste momento tem grandes condições para a prática do desporto náutico, quiçá as melhores da bacia hidrográfica do Tejo, e não posso deste modo entender como o poder local está completamente alheio á nossa realidade, á realidade de uma vila como Alhandra, que deve ser a única em todo o Concelho de Vila Franca de Xira que ainda mantém o seu carisma.

Á medida que melhores condições o “Alhandra” vai tentando criar, menos apoios surgem das entidades oficiais e locais.
È um trabalho infrutífero que tem vindo a ser desenvolvido pelas sucessivas direcções deste clube, e ao qual o poder local não dá o respectivo e devido valor.

É de lamentar também, que certos sócios tenham apenas em mente manter acesas dissidências (muitas das vezes pessoais) que em nada beneficiam o Clube, desmotivando assim aqueles que em prol dele trabalham.
Com certo tipo de atitudes, só o clube é prejudicado e aqueles que vêem denegrido o seu trabalho e empenho em fazer algo de válido acabam por consequentemente desistir e voltar as costas.

Nunca nos podemos esquecer que mal ou bem, são pessoas que abdicam do seu tempo livre, muitas vezes de estar com a família e amigos, pondo ao dispor do clube o que têm de melhor para dar e todo o seu saber.
Foram, e são eles, directores, sócios e atletas que contribuíram, e ainda hoje contribuem para o engrandecimento do clube.
Dizer mal não custa, custa sim fazer melhor, custa dar opiniões válidas, e acima de tudo, ajudar na sua concretização.

Entristece-me ver aqueles que cresceram, tornaram-se atletas e representaram o clube ao mais alto nível, completamente esquecidos de toda uma formação desportiva e pessoal que contribuiu e os engrandeceu como homens, ficarem alheios ás necessidades do nosso clube, da nossa terra, dos nossos filhos, dos nossos netos, no fundo renegando a vontade e o contributo de fazerem o que outrora outros fizeram por eles e por nós .

Será que não deveríamos todos sentir o mesmo orgulho que eu sinto quando um amigo nos visita??
Eu sinto esse orgulho, e é com enorme prazer que mostro a nossa sala de troféus , a marina , o cais 14 e a zona ribeirinha , ex-líbris da minha “Alhandra” .

UMA REFLEXÃO

“O que seria de Alhandra sem o Alhandra!!!????”

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A saga dos DC's 740

À semelhança do meu amigo Tony Pardal, faço gala em afirmar que os DC's 740 são os melhores barcos do mundo, recebo amiude alguns mails a pedirem opiniões sobre este barco e inclusivé o porquê de lhes chamarem DC, já que 740 é o seu comprimento total de registo.
Neste caso temos de dar o mérito á pessoa que deu alma a este barco, é num dos lugares mais bonitos do nosso país que o encontro sempre que me desloco á Ria de Aveiro, o seu estaleiro fica junto á ria, na Gafanha da Encarnação, pessoa de trato fácil, mesmo estando envolto nos seus trabalhos, sempre que eu entro nas instalações larga o trabalho e perde meia hora a conversar comigo.
Conheci o Delmar em 2004, quando procurava um veleiro para mim, na altura já tinha abandonado a ideia de voltar a construir os DC 740, hoje é com agrado que o ouço dizer que pondera construir mais 6 unidades.

O Conde do Mar - Delmar Conde

De nome de baptismo Delmar da Silva Conde, nasceu na Gafanha do Carmo, concelho de Ilhavo, a bordo de uma familia de marinheiros, aos 17 anos emigra para a Alemanha, de onde regressa cerca de 10 anos depois á sua Ria de Aveiro, para fundar a sua marca de construção naval, nascem os barcos DC (Delmar Conde).


Dedicando-se primeiro a embarcações de vela ligeira para competição, cria o DC 600, fazendo lembrar os "Vougas".


DC 600


Imparável, de lápis na mão, rabisca o DC 740, uma embarcação vocacionada para o cruzeiro familiar na Ria de Aveiro, duas camas, casa de banho, cozinha, salão QB e um patilhão rebativel fazem deste barco uma roulote sobre a água.




"Virgo" o primeiro DC 740, construido em madeira



Este modelo tem cerca de 40 unidades espalhadas pelo país, (sendo mais acentuada como é lógico na bacia hidrográfica da Ria de Aveiro, 5 unidades estão em Alhandra), deu origem ao DC 730 vocacionado para competição, tendo como origem o mesmo casco, obras mortas rebaixadas, amplo poço e aparelho de competiçao, fazem deste barco um verdadeiro colosso competitivo.



DC 730 "Planador IV", o nome diz tudo.

Hoje está envolvido no projecto de desenvolvimento da classe Vouga, uma classe nacional oriunda da Ria de Aveiro, já sairam duas unidades do seu estaleiro, construidas pelo método de construção directa em mousse de PVC revestida a PRVF, estando neste momento a fase de preparação do molde para as próximas unidades.



"Vouga", mais que um barco, uma obra de arte


Tambem á dois anos saiu do seu estaleiro o "Guilietta" um DC de 12 metros vocacionado para o cruzeiro familiar, tendo por molde o seu próprio barco o "Porto de Aveiro/Mike Davis", este sim, vocacionado para a competição.




"Giulietta" DC 1200 Cruzeiro



"Mike Davis/Porto de Aveiro" DC 1200 Regata, o seu barco


"Só estou bem dentro de água". Mais do que marinheiro, assume-se guerreiro de uma "luta constante entre o velejador, o barco e as condições atmosféricas". A guerra sobre a água é permanente. "Nenhum minuto é igual ao outro porque num segundo muda tudo". Sorri uma luz de mar, feita de pele tostada por muitos sois, feita de cabelo hirsuto, seco e fragilizado pelo vento e pelo sal das ondas. Nos olhos brilha o reflexo da luz sobre o oceano. "É um desafio ter sempre o barco preparado para atingir o máximo de rendimento". Também o espírito de Neptuno convém ter sempre a postos.


"Qualquer dia damos a volta ao mundo". Delmar Conde ri. Do cais olha para a água. Suspira. Não está ali. Já navega em alto mar.