domingo, 16 de maio de 2010

Dia de vento muito incerto

Após um inverno rigoroso mas passado a navegar no Mar da Palha, á descoberta do BlueSeven, (houve dias mesmo em que devíamos ser o único veleiro a navegar no estuário), finalmente aparecia dentro do nosso calendário, um dia de bom tempo, diga-se aceitável, quando chego ao barco já tinha á minha espera uma tachada de ovos escalfados preparados pelo Rui, eu devia de estar cheio de traça, porque retracei tudo.
Após a refeição lá nos fizemos ao Mar da Palha com destino á zona de Belém.
Desilusão, o vento estava deveras incerto, quer em intensidade, quer em direcção, ora vinha de NW com 12 nós, para depois se apresentar de N subindo até aos 34 nós, as refregas estavam lá, anunciando que o verão está para chegar e com ele as nossas odiadas nortadas.
Optámos por sair com a vela grande no 1º rizo, opção que se viria a verificar como acertada, sob pena de sermos apanhados desprevenidos.
O Rui como sempre preocupado com a manobra de convés e aparelho vélico, a meter-me os nervos em franja com as suas passeatas e verificações.
Á passagem por Alcântara estavam lá daqueles dos grandes, este estava a encher as goelas.


A escota da vela grande sempre á mão, o gajo ás vezes vinha bruto, lá íamos comentando entre nós que o barco começava a ter cada vez menos segredos, no entanto, íamos chegando á conclusão que com ventos fortes e incertos, falta-nos pelo menos mais um tripulante experimentado.

Alguns momentos de relativa calma em que dava para apreciar as flotinhas que passavam por nós e que também aproveitávamos para beber uma ou outra "nine" fresquinha.

Quando invertemos o rumo entre Belém e a torre VTS, é que foram elas, a maré começava a vazar, o vento ora caía, ora trinta e tal nós, sempre, mas sempre incerto, obrigando a uma bolina bastante quilhada rumo á marina do Parque das Nações, com o Blue Seven a ser obrigado a orçadelas bastante acentuadas onde aproveitámos para lavar as vigias de EB, em frente a Cabo Ruivo, com os 34 nós cada vez mais constantes, e com intenção de chegar-mos á vela até á marina, o Rui é obrigado a rizar a grande para o 2º rizo, tornava-se impossível aguentar o barco equilibrado.
Se com bom tempo é assim, prefiro frio, chuva e vento forte, mas que venha certinho, não é pedir muito.

4 comentários:

Anónimo disse...

Castigo antecipado, refira-se...

Anónimo disse...

Isso das refregas foi castigo, de não terem vindo até ao Mar Oceano escoltar o meia-leca do Fulô :)

Jorge disse...

Bom dia.
Caso necessites de um "tripulante" experimentado, posso oferecer-me.
Possuo alguma (pouca) formação em estar longos periodos à torreira so sol na boia. Já participei em algumas regatas e quando não havia nenhuma embarcação da nossa classe ganhamos, embora o clube "patrocinador" nunca tenha colocado as medalhas no peito.
Sei distinguir bombordo de estibordo, sei velejar com vento de porão e o mar da palha não tem segredos para mim. (sempre que passo na ponte Vasco da Gama, olho por breves instantes para o tenebroso...)
Sei o que é "samos", e não ressono, não incomodando quem pesca.
Serve como curriculum, ou tenho que fazer como um amigo meu e aprender a fazer cafézinho, sem um ingrediente fundamental?
Abraço,
Joq

João Manuel Rodrigues disse...

Ainda tens de aprender a regra principal do RIEAM, fazer uma poesia dedicada ás ninfas do Tejo, ah, e atenção aos pesos minimos para as tripulações, não sei se viste as regras dos TP's 52.
Quando ao café, aquilo não era café, era uma receita secreta, "cházinho de orvalho".

João