sábado, 27 de fevereiro de 2010

Por terras (águas) do Ribatejo Profundo

Hoje saio d'Alhandra com destino á vila ribatejana de Salvaterra de Magos, pelo caminho reparo nalguns sinais nada a acolhedores, a "estrada do campo" está inundada, bem vamos pela recta do cabo como todos os condutores normais, á passagem por Benavente vê-se muita água nos campos, ou seja não se vê campo, "isto não é nada bom".
A vala de Benavente descarrega para as margens, a vala Nova está cheia e descarrega para o Tejo, a vala de Salvaterra está com cerca de 2 metros de água a a mais que em condições normais e estamos no baixa-mar.
Castelo de Bode, Fratel e Belver, têm as goelas abertas, vem muita água de cima, um preia-mar de 3,75m perto das 15h 10, não seria de muita preocupação, se a isto tudo não se viesse juntar um vento de Sul entre os 30 e 40 nós, a empurrarem a água para cima.

Um baixa-mar muito invulgar em Salvaterra de Magos





A vala de Benavente galgou as margens



Campos de Benavente

A estrada do campo, por acaso não trouxe uma piroga

A vala Nova a receber as águas do campo

Chegados á Mui Nobre Vila d'Alhandra, o cenário era de um Tejo em vias de galgar as margem e invadir a vila, situação que não via deste á muitos anos, acontecia normalmente nas maiores marés vivas do equinócio de Setembro, consegui subir ao Volare que se encontra a seco, "in extremis" coloquei as galochas, vulgo botas d'água, e venha ela.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Rio acima, do Parque das Nações até á Alhandra

Numa parceria entre a revista DoBarco e a Marina do Parque das Nações, foi organizada uma subida do nosso Tejo entre esta e a carismática Vila d'Alhandra, foi um chamada para aqueles que ainda não conheciam as infraestruturas criadas na zona Oriental de Lisboa e também para o facto de que subir o rio, não é nenhum bicho de sete cabeças.
Claro que a navegação na Cala das Barcas não é fácil, mas cumprindo religiosamente o sentido da balizagem tudo se torna mais fácil, voltando a dizer, cumpra-se a devida prudência marinheira.


Foi entregue um roteiro devidamente actualizado, e fomos rio acima com o "Fulô" e o "Blue Seven"a indicar o caminho, a saída da marina foi efectuada por volta das 1030 e já se fazia sentir a enchente.

O vento estava pela proa, mas logo á passagem pela Vasco da Gama deu para içar velas e foi um bordo directo, se bem que sempre numa bolina cerrada até Alhandra.

Cumprimos a balizagem "á la carte", num roteiro com os pontos de passagem elaborados por "moi même", (não fosse eu um prático do Mar da Palha), e mesmo com pouco tempo de enchente o mínimo de Sonda á Hora que apanhámos foi de 4,10m, e pasmem-se, na polémica Bóia nº1, (agora reposicionada) passa-se á vontade, mais uma vez, cumpra-se a balizagem.

Á chegada á nossa Vila, a bateria não estava lá para dar arranque ao motor, pelo que a atracagem foi de improviso e de braço dado ao Honda Marine do Pedro.

Após o almoço sempre bem confeccionado no "Voltar ao Cais", empreendemos a viagem de regresso a Lisboa, se bem que a coisa não estava para meninos, isto lá para os lados do Tenebroso MDP, a entrada nas comportas foi a mais atribulada que já fizemos, com o "Blue Seven" a surfar nas bailadeiras.
Como sempre, o dia acaba com o belo café a bordo e com a devida análise do dia de navegação.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Pelos mares da Póvoa

Sábado, 0600, o Rui e o Pedro apanham-me n'Alhandra, destino á Póvoa de Varzim, agendado já á várias semanas e consequitivamente adiada por motivos burocráticos, finalmente iriamos testar o novo "Bavaria 32", o primeiro a ser importado para o nosso país.


Lá chegados, deparou-se-nos um mar de vaga larga, de metro e meio aprox, mas vento era mentira, pelo que o teste que fizemos foi o possivel, o vento aparecia timido e o barco caturrava, eu o Rui haviamos previsto fazer medições da velocidade nas 3 principais mareações, mas não foi possivel, o Pedro no barco de apoio dava voltas e voltas e disparava a máquina, uma horita e pouco de mar e faziamo-nos á barra da Póvoa.






Barra da Póvoa de Varzim, á cerca de 2 anos entrei por aqui perto das 3 da manhã, vinha de Vigo a bordo do NVV Veronique, e a cerca de 8 milhas, sem vento e vaga larga a empurrar para terra, o motor calava-se por falta de gasóleo, valeu-nos "Tibariaf II" que se encontrava a 5 milhas.


O Pedro e o pescador que nos foi auxiliar nos testes

A navegação possivel
Ainda tivemos tempo para dar uma volta pelo estaleiro e admirar as dezenas de barcos a seco, onde um chamou a minha atenção, era o "Chorão", só podia ser de Alhandra, era o RO33 do Mário Alberto, ainda trocámos umas palavras ao telefone,mas o tempo fugia.
Ainda percorremos a marginal até Vila do Conde, onde fizemos uma muito breve paragem junto á marina, e seguimos viagem, rumo ao Sul.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Por águas de arriba Tejo

Neste fim de semana, almoçando na borda d'água, lembrava-mos dos imensos Verões de passados na pitoresca e mui sui géneris vila ribatejana de Valada do Ribatejo, entre risadas tropelias e galhofas, a Luísa (Piu-Piu Team), lembrou-se que tinha umas fotos tirada no fim de semana passado, em que tinha andado a "navegar" pelas alagadas estradas d'água acima.

Jacintos lenha e todo o tipo de lixo entalado no pontão

Insensíveis aos dissabores da mãe natureza, os senhores do pontão, mantêm as suas posições


Vias de acesso a Valada quase, quase submersas

Acesso de Vale da Pedra a Valada

Planície ribatejana invadida pelas "águas de cima"

Aos poucos o rio volta ao seu leito natural, Castelo de Bode, Fratel e Belver já fecharam as "torneiras", estas terras agora fertilizadas dentro de pouco tempo vão receber as campanhas de tomate e melão, as gentes voltam aos campos, e nós navegadores d'água acima lá estaremos de volta na Páscoa para o inicio das nossas campanhas e das nossas conversas sempre á volta do mesmo, as redes e o meixão, ele é a tasca do mal encarado e da sua esposa malcriada, os senhores do pontão e pontão, o Flores e o trimarã, o Amaral e a Medusa, o Piu-Piu e o Piu-Piu, a Ti-Rosa e os bitoques, o Cristovão e o seu super DC "Paradise" e muitas mais conversas de algibeira.

Enfim, saudades de Valada.

sábado, 23 de janeiro de 2010

A seco

O barco mais bonito da Mui Nobre e Real Marina d'Alhandra já está a seco, eram o8h 30m quando subiu pela rampa de alagem norte, a manobra decorreu sem incidentes de maior e foi devidamente auxiliada pelo Cmdt Mega a cargo da manobra de cabos em terra e o arrais Béuzinho no alinhamento e comandos do guincho.


Acabadinho de sair da água, ainda com o casco sujo


2 horinhas depois, já de cara lavada e casco limpo


O N.V.Volare, grande companheiro de viagens d'água acima, acusava o desgaste de 10 meses nas turvas águas do maior Rio Ibérico, as cracas apoderavam-se de algumas partes do casco, as saídas de água estavam atrofiadas, o fundo com nateiro, enfim, vem para terra a fim de se alindar novamente.
Finalizado um ano em que se fartou de navegar, em que passámos férias juntos e regateamos, este que para mim é e será sempre o melhor veleiro do universo (e arredores), para navegar em águas interiores e restritas, vai ter uns merecidos 2 meses de descanso, na Páscoa voltamos á faina.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Frio, chuva e bons ventos

Como vem sendo normal, os domingos começam a ser dia de S. Blue Seven, hoje não foi excepção, apesar do frio, muito, que se fazia sentir nas cercanias do Mar Da Palha e de uma chuva que ameaçava chegar, também muito fria, digamos que gélida, eu o o Rui não faltamos á nossa chamada, apesar de, por motivos de agenda não conseguirmos almoçar a bordo, era próximo das 15 horas quando saímos as comportas da Marina do Parque das Nações para mais uma velejadela.
Digamos que foi talvez a melhor velejadela que já demos no Blue Seven, quanto mais conhecemos este barco mais ele nos surpreende, eu que estava receoso quanto aos Bavaria, não tinha escutado grandes opiniões e o que tinha ouvido não era grande coisa, mas também sabemos que o Genuíno Madruga deu duas voltas ao mundo num Bavaria 36, irmão deste, logo não poderia ser mal de todo.
Desde o primeiro dia que pegámos nele, ficámos admirados com o seu comportamento, fomos buscá-lo a Oeiras e o tempo não estava para meiguices, a partir desse momento, vimos que tínhamos barco.
Desde então temos andado em testes de mareações e afinações, testamos comportamentos e o resultado não pode ser melhor, a partir do momento em que se consegue afinar e obter o equilíbrio na mareação, temos barco.

A tarde começava com um ventinho de SE de 13/15 nós, com o Rui ao leme e comigo nas manobras de cabos e no piano, afim de me ambientar também ás afinações do barco, normalmente a cargo do Rui.

Rapidamente a tendência do vento foi para aumentar de intensidade, situando-se entre 19 e 20 nós, alcançando por vezes os 23, a tendência a bordo também foi a minha passagem para o leme ficando o Rui na manobra e nas afinações, a maré vazante fazia-se sentir com muita intensidade, as bolinas eram trabalhosas e até alcançarmos o canal do Alfeite a progressão era penosa, a partir de certa altura perdi de vista o Rui que contrariando as leis da gravidade, conseguiu fazer um chá bem quente, a partir desse momento as coisas ficaram um pouco mais fáceis e foi um bordo directo até ao Parque das Nações, onde chegámos juntinho ás 19 horas.

O dia acabou comigo a tomar um grande duche a escaldar nos explendidos balneários da marina, apenas fui interrompido pelo marinheiro de serviço que estranhando a minha demora foi á minha procura, não me tivesse acontecido alguma coisa má no duche.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Os jacintos

Conforme havia-mos previsto. eles aí estão, os malfadados jacintos, , demoraram 2 dias a chegar á nossa terra e começam a invadir a marina.
Com as enxurradas a invadir a lezíria ribatejana, as valas abriram as comportas e os jacintos invadem o Tejo, agora vão andar água acima e água abaixo até alcançarem o mar, com o fluxo e refluxo da maré ainda vão andar por aqui uma semana ou duas, para depois escassearem, alguns vão ficando depositados nas margens empurrados pelo vento.

Os espectadores dizem que o rio fica mais cheio de vida, para quem navega, é sinónimo de perigo para a navegação, alguns formam pequenas ilhas de dimensões consideráveis com aglomerados de troncos de árvores que também foram arrastados pelas águas.

Agora o cenário vai ser este, a deriva rio abaixo, rio acima.

A marina começa a ser invadida, os barcos ficam envoltos por um manto verde asfixiante

O nosso Chico do Cabo da Vila, (arrais do clube) faz os impossiveis para afastar os jacintos da marina, mas ele é só um, eles são muitos e vêm de todos os lados.