Saí...
Tinha chegado o momento, o dia em que tive de dizer, “já chega”, foram 21 anos e um mês de serviço exactamente, bati á porta e disse que me queria ir embora, e saí, julgo que pela porta da frente, com o sentido de dever cumprido, quis seguir o que acho que está certo, felizmente sou daqueles que agarro as oportunidades de fazer o que gosto, graças a Deus propostas não faltam.
Houve algumas interrogações á volta da minha saída, os porquês, vou para melhor ou para pior não sei, mas saio porque gosto de ter prazer no que faço, tal não estava a acontecer, saio também por respeito, respeito por quem quer ficar e por aqueles que não têm respeito por ninguém, e isto de passar de bestial a besta de um momento para o outro, não serve para o filho do meu pai.
Até poderia continuar mais uns aninhos a fazer de conta, mas como disse a quem de direito, não seria justo, e há que separar os contentinhos dos que fazem história, a história faz-se daqueles que enfrentam as adversidades e dão a cara, sempre dei a cara, até o momento em que já estava a dar mais do que me era possível, já não dava mais.
Na hora da saída disseram-me que a casa era minha, e quem sabe um dia poderia voltar integrado num outro projecto, não sei, o tempo o dirá.
Agora o tempo é de mudança, á dois anos foi na vida pessoal, agora é na vida profissional, a ideias amontoam-se, os projectos estão em andamento, vamos navegar, sempre um pouco mais além, com aquele brilhozinho nos olhos e com o espírito que alguém que sonha em ter o mar como horizonte.
“primus inter pares”