terça-feira, 30 de março de 2010

"Por favor, ponham-me na água"

A frase em titulo "reminds me" um filme da minha infância, sobre um miúdo americano que constrói uma miniatura de um barco, chama-lhe "rumo ao mar" e lança-o na corrente do rio que passava na sua aldeia, não sem antes escrever no casco a frase "por favor, ponha-me de volta na água".

Durante o percurso o barquinho é apanhado várias vezes por curiosos e é sempre colocado na água "rumo ao mar", onde chega, completamente desfigurado, é apanhado por um faroleiro que o recupera e o volta a lançar ao mar.

Este, não sendo assim tão pequeno, também não se sente muito bem em terra, nem ele nem eu, no final da semana volta para a água, a Páscoa é em Valada, assim como o Bacalhau é no Baptista, ovos moles é em Aveiro, os trouxas levantam-se ás oito, os cães ladram e a caravana passa.

(Ah, e o barrete serve a quem o enfiar!)

terça-feira, 9 de março de 2010

Vinte e um anos e um mês depois...

Saí...
Tinha chegado o momento, o dia em que tive de dizer, “já chega”, foram 21 anos e um mês de serviço exactamente, bati á porta e disse que me queria ir embora, e saí, julgo que pela porta da frente, com o sentido de dever cumprido, quis seguir o que acho que está certo, felizmente sou daqueles que agarro as oportunidades de fazer o que gosto, graças a Deus propostas não faltam.

Houve algumas interrogações á volta da minha saída, os porquês, vou para melhor ou para pior não sei, mas saio porque gosto de ter prazer no que faço, tal não estava a acontecer, saio também por respeito, respeito por quem quer ficar e por aqueles que não têm respeito por ninguém, e isto de passar de bestial a besta de um momento para o outro, não serve para o filho do meu pai.
Até poderia continuar mais uns aninhos a fazer de conta, mas como disse a quem de direito, não seria justo, e há que separar os contentinhos dos que fazem história, a história faz-se daqueles que enfrentam as adversidades e dão a cara, sempre dei a cara, até o momento em que já estava a dar mais do que me era possível, já não dava mais.

Na hora da saída disseram-me que a casa era minha, e quem sabe um dia poderia voltar integrado num outro projecto, não sei, o tempo o dirá.
Agora o tempo é de mudança, á dois anos foi na vida pessoal, agora é na vida profissional, a ideias amontoam-se, os projectos estão em andamento, vamos navegar, sempre um pouco mais além, com aquele brilhozinho nos olhos e com o espírito que alguém que sonha em ter o mar como horizonte.

primus inter pares”

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tava dificil...

E é verdade, tava difícil, o mau tempo das ultimas semanas estava a fazer das suas, e teimava em não nos proporcionar uma janela de tempo para a nossa voltinha, no fim de semana passado, ainda fizemos uma tentativa de sair, mas quando solicitei via VHF a respectiva autorização para sair as comportas da marina do Parque das Nações, a resposta foi "negativo", a amplitude da maré não permitia a abertura, nem podíamos acreditar, alguma vez tinha de acontecer, o Rui não se conformava, e perguntava-me repetidas vezes se eu tinha ouvido bem.

Este fim de semana o caso mudou de figura, o tempo estava mais ameno, lá combinámos o nosso almoço a bordo, o belo do frango, como diz o Rui, e depois do repasto lá fomos fazer o gosto ao dedo, por esse Mar da Palha fora, que desta vez, bem se poderia chamar "Mar do Barro" pois essa era a cor da água.
Para os lados de Cacilhas também se passeava
Um ventinho incerto de SSW que vinha entre os 9 e os 21 nós, coisa pouca, com tendência a rondar para Norte e a cair, para o final da tarde.

O regresso foi efectuado com o assimétrico no ar, O Rui não parava quieto e não descansava enquanto o balão não ficava no ponto, no intervalo das afinações ainda foi fazer o chá das 5, sempre reconfortante, já com o Norte a entrar mas com tendência para cair á chegada ao nosso destino, entrámos na comporta Este da marina com o sol a pôr-se.