quinta-feira, 17 de julho de 2008

A escolha de um Barco - Parte II

O meu barco ou o barco ideal
O barco ideal (não existe), como disse anteriormente, depende do usufruto que fizermos dele.
No meu caso, o meu barco ideal é um DC 740, tendo como principais caracteristicas uma grande optimização do espaço interior que não é comum em embarcações deste tamanho, um pé direito de aproximadamente 1,70 m, uma boca de 2,50 m, que permite ser transportável por estrada sem licenças especiais e um sistema de patilhão rebativel eléctrico, o ideal para navegação em águas baixas e zonas de estuário influenciadas pelos ciclos de marés.

A vantagem de ter patilhão rebativel

Como não há bela sem senão, tem o inconveniente de ter pouco lastro e o centro de gravidade alto, uma vez que grande parte deste lastro, se encontra imediatamente abaixo da linha de água, tem umas obras mortas acentuadas, o que se traduz nalgum adornamento mesmo em árvore seca quando o vento se faz sentir com intensidade, tudo isto o torna um barco bastante nervoso e quiçá indomável com vento acima dos 12/15 nós, sendo um barco leve, as suas duas toneladas de peso tambem não abonam a seu favor com ventos fortes, no entanto com ventos moderados torna-se um barco divertido de velejar, principalmente para quem vem da vela ligeira, como é o caso.
Para o que eu gosto e faço com ele, torna-se assim no barco ideal.
No entanto, para quem pretenda fazer mais navegação costeira (vá nos barcos dos amigos), aconselhamos vivamente uma situação acima dos 30 pés, (9 metros aprox.), sendo o ideal dos 34 pés para cima, neste segmento temos boas opções, nomeadamente ao nivel da auto-construção e com provas dadas, como é o caso de projectos em aço do Arqtº Gerard Chaigne, com alguns cascos a navegar nas nossas águas ("Casvic"; "She"; "Nichu's"; "Patrão Mor"; "Nagual"; "Baraton"; "Malabar"), ou do Arqtº Van de Stadt ("Maião"; "True Love"; "Blue moon"; "Babilé"), sendo cascos bastante fiáveis tambem para navegações oceanicas, até porque normalmente são logos equipados com equipamento a condizer, ao contrário da maioria dos barcos de série.

O "Casvic", agora pertença de António Candido, a sair a barra da Ria de Arousa, este barco conta no seu curriculo uma viagem de circum-navegação e uma ida e volta á India pela rota de Vasco da Gama, enquanto propriedade de Manuel Gomes Martins que o construiu.

No segmento de série, normalmente o equipamento standard é básico, e o opcional que deveria ser de série paga-se bem, no entanto tambem há no mercado bons barcos de série, para não falar nas marcas curriqueiras, gosto pessoalmente dos "Feeling" fabricados nos estaleiros "Kirie", uma vez que dispõe os seus modelos tambem na versão "derivador", isto até aos 44 pés, é obra.
No entanto se o nosso intuito for devorar milhas por mar e houver suporte económico para tal, as minhas escolhas recaiem sobre um "Grand Soleil" do estaleiro "Cantieri del Prado", um "Super Maramu" da "Amel" ou um "Najad".
Resta lembrar que o nosso compatriota Genuino Madruga, está neste momento a dar a sua segunda volta ao mundo em solitário a bordo de um Bavaria 36 o "Hemingway".

Não haja limites para sonhar, temos é de navegar.

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo consigo mas já que não há limites para sonhar,(por enquanto), então e o que me diz de um SWAN,de um MAESTRO,de UM FINGULF entre muitos outros e da cereja no topo do bolo, quanto a mim o Melhor Veleiro de cruzeiro do Mundo o Hallberg-Rassy. Site www.Hallberg-Rassy.com .
Penso que destes que enunciei só dois teem em Portugal Agentes!Sintomático!Todos estes veleiros são Nórdicos e incluo aqui o também Nórdico NAJAD,(há um usado creio que de 2002 para vender em Portimão, com Bandeira Holandesa pedem só...490.000 Euros...uma bagatela :) usado! )que já referiu e o mais parecido com o Hallberg-Rassy.Sonhar,todos podemos por enquanto mas até os sonhos nos querem tirar e se pudessem cobrar impostos pelos sonhos também nos cobravam!Continuemos a sonhar pois enquanto podemos...

João Manuel Rodrigues disse...

o que digo de um Swan, conheço um do qual um colega faz tripulação o "Mariposa", tenho ouvido dizer bem, assim como da grande maioria dos barcos nórdicos, os outros não conheço e como tal não emito opinião.
Tambem julgo que os barcos que enumerei não são marcas de "marina" como é normal hoje em dia, há os barcos bonitos para estarem na marina e os há que servem para navegar.
Entretanto vamos navegando com o que temos.

João

Anónimo disse...

Em relação a comparações entre barcos de marca "de marina" e os outros, basta passar pela baia de Cascais e ver todos aqueles "obsoletos" veleiros fundeados, cheios de roupa pendurada com "carradas" de acessorios espalhados pelo convés e mastro. Apenas são barcos completamente autonomos, praticos e seguros, em que o ultimo local que pedem para estar é justamente dentro de uma marina...
ps: estes veleiros fundeados (mais de 1 dúzia deles no dia 17 julho) eram todos de bandeira estrangeira, e não foram lá plantados...

Paulo Free