Como vem sendo hábito todos os anos, não dispenso uns dias por água água acima, em busca do descanso de Valada do Ribatejo, e devido a umas costeletas partidas á conta de uma queda na clarabóia de proa, havia 2 meses que estava afastado destas aventuras, não completamente restabelecido, mas com as férias por gozar, lá fui.

O rio a montante de Salvaterra está
impraticável para navegar á vela em condições de segurança, neste ponto, cruzei-me com o "
Lezíria" que vindo de Valada, o mestre me alertou para o facto de haverem muitas redes na água, por precaução baixei o pano imediatamente, ainda não estava a vela grande em baixo e já tinha o
patilhão a bater numa das ditas cujas.

Rapidamente me vi metido num emaranhado de bóias e cabos, e tomei a decisão de me fazer a Valada pelo canal da margem Norte, menos fundo, mas sem redes, e com a sonda a apitar no 1,80m lá passei em relativa segurança, pelo menos não havia cabos nem redes.
A chegada a Valada é sempre a mesma, pontão cheio e desordenado, mas há sempre lugar para mais um, um dia alguém há-de meter mão nisto e se alguém meter mão nisto, pode ser que isto se "indireite" e dê para tapar dois ou três buracos, diz-se.

Mais ou menos apertado, lá ficamos acostados, no meio dos mais ou menos residentes habituais

A novidade, a praia fluvial está proibida para banhos, por mim trocava este cartaz por um simples "Estamos a sacudir a água do capote", seja, houve alguns acidentes, diga-se graves com banhistas, e como tal, a praia é que tem culpa, prevenção não houve, condições que sejam
também não,
inclusive não existe uma
ambulância num raio de 15 km, aliás nem táxi, a autarquia continua de costas voltadas para o rio, e em vez de se investir, desinveste-se, nada como um cartaz para prevenir os acidentes.

3
diazitos, umas quantas
petingas fritas e outros tantos
bitoques da "Ti Rosa" depois, lá nos fizemos por água abaixo, fica a foto da praxe o "
leaving Valada"

O "Tomarense"
encostado no cais dos
areeiros, a actividade está
semi-parada.
Em jeito de reflexão, quem gosta de passar uns diazitos sem horas, adormecer ao som do sino da igreja, comer comida caseira e não se preocupar com muita coisa, está tudo na mesma.
O desinteresse da autarquia pelo rio continua e nem vale a pena nos preocuparmos muito, é assim e pronto, não os podes vencer ...
Em termos de navegação, cuidados redobrados a montante de Salvaterra, as redes ilegais proliferam, pela primeira vez cruzei-me com uma lancha da Policia Marítima nestas latitudes, esperemos que seja um bom sinal para acabar com esta praga.