Decorria o ano da graça de Deus de 2005, mês de Agosto, alguns meses atrás os Cmdt Toka-toka e Cmdt Pica-Pau, haviam determinado que quando terminassem a recuperação dos seus veleiros (NVVolare e NVOceanus, respectivamente), nas primeiras férias teriam de sair a barra do grande Tejo.
Num belo dia decidem largar amarras de Alhandra-sur-la-riviere, com destino a Cascais sur-la-beach, mas a primeira noite seria passada em Belém onde seria feita uma homenagem a titulo póstumo a todos os grandes navegadores que se aventuraram um dia a atravessar o temivel Mar da Palha.
Por essas 21 horas, em plena homenagem ao ritmo de um liquido destilado na antiga Caledónia cuja garrafa tinha um barco á vela (vulgo cutty sark), lembrámo-nos que nos haviamos esquecido do grumete Dani, esse grande navegador, sem ele esta viagem não fazia sentido, imediatamente pego no télélé e ligo para o dito cujo que me atende, mas diz que ainda tá com o camião em Pombal, ao que eu informo das nossas intenções e digo "tamos em Belém, vem cá ter que amanhã de manhã vamos para Cascais", e desatámos na galhofa porque nunca nos passou pela cabeça que houvesse alguem doido ao ponto de descer a cala das barcas e atravessar o terrivel Mar da Palha durante a noite, até porque a balizagem é tão duvidosa que valia mais não existir.
Só que pelas 4 da madrugada somos surpreendidos pela aparição do "Sheherazade" com o Dani aos comandos e o irmão Vitor a dizer mal da sua vida e a tentar contabilizar os encalhanços e cabeços de ostra destruidos, eu só não consegui contabilizar as vezes que o Vitor disse "nunca mais".
Pelas 9 da matina saimos da Doca de Belém com destino a S. Julião da Barra e consecutivamente Cascais, onde chegamos por essas 12 horas.
Após efectuada a recepção nos serviços da marina, cada um vai á sua vida, o Makito decide ir a banhos para a Baía, e aproveita para ver a tourada na praia do peixe, o Dani decide que vai dar uma volta e almoçar a bordo para os lados do farol da Guia, eu estava com problemas no leme e fui fazer a reparação no lugar que me havia sido atribuído na marina.
Ora estava eu debruçado sobre o leme, completamente absorto na reparação, quando ouço a sereia do farol de Stª Marta, levanto os olhos e não vejo os barcos dos lugares em frente, só nevoeiro cerrado, imediatamente me lembro dos outros dois e chamo pelo VHF, sem resposta. Pelo telemovel o Makito informa que tá na Baía, mas que não sabe do Dani, seguidamente este informa que está a comer melão ao largo da Guia, ao que eu digo:
"não sejas doido, isto está a ficar cerrado, vem para terra".
Resposta: "vou comer mais uma talhada e já vou, fica descansado que eu já tirei o azimute"
É claro que esta resposta vinda de quem apenas conhece aquela palavra porque ouviu um dia alguma conversa de alguem entendido na matéria, não me podia deixar mais descansado e informo o Makito da situação, e que na eventualidade do nevoeiro passar, ele veria por onde andava o outro, entretando a tourada continuava na praia e o Dani informa que se pôs ao caminho e aumentam as nossas preocupações.
Entretando o Dani farta-se de andar ás voltas de barco no meio do grande lençol branco e dá-se consigo a pensar que poderá não saber onde está e toma a decisão vá lá, acertada, de lançar ferro e esperar que o nevoeiro levante.
O nevoeiro levanta e temos o Makito ao largo da baía, a vasculhar o horizonte á procura do Dani, enquanto este dá consigo fundeado a 2o metros da areia da praia do peixe com um touro a nadar ao lado do barco.
A baía de Cascais no verão já é dificil de navegar com boa visibilidade sem tropeçar em ninguem, com nevoeiro poder-se-ia dizer impossivel, só possivel com azimutes curvos tirados pelo nosso Dani a partir do farol da Guia, o touro, esse deu graças a Deus por não ter levado com o ferro de fundear no lombo.
Num belo dia decidem largar amarras de Alhandra-sur-la-riviere, com destino a Cascais sur-la-beach, mas a primeira noite seria passada em Belém onde seria feita uma homenagem a titulo póstumo a todos os grandes navegadores que se aventuraram um dia a atravessar o temivel Mar da Palha.
Por essas 21 horas, em plena homenagem ao ritmo de um liquido destilado na antiga Caledónia cuja garrafa tinha um barco á vela (vulgo cutty sark), lembrámo-nos que nos haviamos esquecido do grumete Dani, esse grande navegador, sem ele esta viagem não fazia sentido, imediatamente pego no télélé e ligo para o dito cujo que me atende, mas diz que ainda tá com o camião em Pombal, ao que eu informo das nossas intenções e digo "tamos em Belém, vem cá ter que amanhã de manhã vamos para Cascais", e desatámos na galhofa porque nunca nos passou pela cabeça que houvesse alguem doido ao ponto de descer a cala das barcas e atravessar o terrivel Mar da Palha durante a noite, até porque a balizagem é tão duvidosa que valia mais não existir.
Só que pelas 4 da madrugada somos surpreendidos pela aparição do "Sheherazade" com o Dani aos comandos e o irmão Vitor a dizer mal da sua vida e a tentar contabilizar os encalhanços e cabeços de ostra destruidos, eu só não consegui contabilizar as vezes que o Vitor disse "nunca mais".
Pelas 9 da matina saimos da Doca de Belém com destino a S. Julião da Barra e consecutivamente Cascais, onde chegamos por essas 12 horas.
Após efectuada a recepção nos serviços da marina, cada um vai á sua vida, o Makito decide ir a banhos para a Baía, e aproveita para ver a tourada na praia do peixe, o Dani decide que vai dar uma volta e almoçar a bordo para os lados do farol da Guia, eu estava com problemas no leme e fui fazer a reparação no lugar que me havia sido atribuído na marina.
Ora estava eu debruçado sobre o leme, completamente absorto na reparação, quando ouço a sereia do farol de Stª Marta, levanto os olhos e não vejo os barcos dos lugares em frente, só nevoeiro cerrado, imediatamente me lembro dos outros dois e chamo pelo VHF, sem resposta. Pelo telemovel o Makito informa que tá na Baía, mas que não sabe do Dani, seguidamente este informa que está a comer melão ao largo da Guia, ao que eu digo:
"não sejas doido, isto está a ficar cerrado, vem para terra".
Resposta: "vou comer mais uma talhada e já vou, fica descansado que eu já tirei o azimute"
É claro que esta resposta vinda de quem apenas conhece aquela palavra porque ouviu um dia alguma conversa de alguem entendido na matéria, não me podia deixar mais descansado e informo o Makito da situação, e que na eventualidade do nevoeiro passar, ele veria por onde andava o outro, entretando a tourada continuava na praia e o Dani informa que se pôs ao caminho e aumentam as nossas preocupações.
Entretando o Dani farta-se de andar ás voltas de barco no meio do grande lençol branco e dá-se consigo a pensar que poderá não saber onde está e toma a decisão vá lá, acertada, de lançar ferro e esperar que o nevoeiro levante.
O nevoeiro levanta e temos o Makito ao largo da baía, a vasculhar o horizonte á procura do Dani, enquanto este dá consigo fundeado a 2o metros da areia da praia do peixe com um touro a nadar ao lado do barco.
A baía de Cascais no verão já é dificil de navegar com boa visibilidade sem tropeçar em ninguem, com nevoeiro poder-se-ia dizer impossivel, só possivel com azimutes curvos tirados pelo nosso Dani a partir do farol da Guia, o touro, esse deu graças a Deus por não ter levado com o ferro de fundear no lombo.
O Dani a treinar para a travessia do Mar da Palha sem escala
1 comentário:
Toka Toka afinal o melhor côco do mundo até flutua e anda a motor.
Cmdt Pica Pau (Oceanus)
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