quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Passeio até á Regata Atlantico Azul

O Domingo passado foi dia de passeio a Lisboa para acompanharmos a Regata Atlântico Azul, no fundo não é mais do que uma oportunidade para vermos aquele pessoal da outra banda, que outrora aparecia em Alhandra do moribundo Cruzeiro do Tejo (agora já é cadáver).
Esta é uma das poucas alturas em que nos encontramos no Tejo, as festas do Colete Encarndo em Vila Franca é outra ocasião, assim como a feira de Outubro.
Pelos menos neste dia, a semi-vazia Marina do Parque das Nações, fica engalanada com mais alguns barcos, politiquices á parte, os preços acima da média, um marketing inexistente e uma localização daquelas que nem é carne nem peixe, poderão lançar esta infraestrutura ao abandono, e não é por falta de aviso, há défice de lugares para barcos na bacia do Tejo, mas não é desta maneira que eles vamos lá, esta é a minha opinião, e vale o que vale.


Como lhes costumo chamar, "Os gloriosos malucos dos barcos típicos" lá apareceram com as embarcações engalanadas a rigor, de apreciar as manobras hábeis á vela com aquelas embarcações de manobra pesada, uns nem motor usam, outros usam, mas julgo que deve ser só para equilibrar a embarcação.
De Aveiro (Ilhavo ou Montemor) veio o Eugénio, que comigo faz tripulação no NVV Veronique, desta feita assumiu a função de Skipper no NV Volare.
Foi um passeio sem grande história, a Regata perdeu o sentido uma vez que não se realizou o almoço de convívio, deste modo, não sei não.
Nós salvamos o dia com um bife da vazia e uma velejadela de grande luxo, do Parque das Nações a Alhandra, numa bolina cerrada com um Norte pela proa.
Pelas 18 00 aportávamos na Real Marina d'Alhandra.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dias da borda d'água ( II )

O verão avança á velocidade da nortada, entretanto decido que o Vaurien não é barco para mim, lá consigo dar a volta ao Kebra para me distribuir um Moth Europe que lá andava aos caídos, era o "Zebra", tinha pertencido a um antigo campeão desta classe (Pedro Cavaco), agora re-baptizado com o nome de "Este" (Leste), outra um supra sumo da classe, do alto dos seu 30 anos, ostentava um mastro de fibra vegetal (madeira) remendado, uma retranca do mesmo material, um boom-jack de roldana e cabo d'aço e um trapo branco com o nº P-287.
Para comemorar o bota-abaixo organizamos uma subida do rio até ás "Obras" (Azambuja), mas como estávamos de castigo não nos foi concedida autorização, ou seja fomos na mesma, e o outro a berrar atrás de nós tambem no Europe, tal é a máxima, "se não os podes vencer ..."
Entretanto a feira do melão estava presente no Jardim de VFX, tivemos que parar para o abastecimento de melão e bebermos uns copos de branco, nesta altura do ano ainda não havia vinho.
Continuamos rio acima e fazemos uma paragem muito técnica na praia dos cavalos, ali bem em frente á central do Carregado, a maré tinha virado, o vento caia, e nós parados, não tivemos outra opção.
Enquanto misturávamos umas coisas com tabaco para rirmos um bocadinho, o Kebra deliciava-se com um liquido incolor religiosamente acondicionado numa garrafa de "Genebra" (daquelas barrentas, a condizer com a água do Tejo) que recolhia á proa do Europe.
Na primeira oportunidade satisfizemos a nossa curiosidade e bebemos o bagaço todo, mas para o tipo não dar por falta, substituímos igual quantidade por água do Tejo, afinal até era barrenta, a condizer com a garrafa.
As coisas até tinham corrido bem se o Kebra não se lembra de beber mais um trago, com o pretexto de "um bocadinho para a viagem", tal é a surpresa que ele mal leva a garrafa á boca, começa logo a cuspir aqueles nomes que só ele nos chamava, e começa logo a treinar para a maratona atrás de todos os putos que se mexiam, a cena só acabou porque ele já não conseguia correr muito e lá se espalhou no meio dos caniços enquanto o pessoal içava as velas, assim muito á pressa, se calhar estávamos com saudades d'Alhandra.
Claro que mais uma vez fomos injustamente castigados, não sem antes termos pegado no "Mini 1000 do outro e escondido ao virar da esquina.
Só por curiosidade, o rapaz hoje já não bebe bagaço, foi remédio santo.
(continua)