segunda-feira, 26 de abril de 2010

Regatas de Abril - As imagens

Regatas de Abril

O bom tempo veio por aí acima e com ele uma frota da ANC deslocou-se á Mui Nobre Vila d'Alhandra para engalanar o nosso rio.

De salientar que a frota Alhandrense apresentou 4 embarcações, Volare, Falua, Fulô e Snoopy, sendo que esta ultima é residente na capital, no total apresentaram-se 16 embarcações na linha de largada.

Vieram os que são da casa e outros que pela primeira vez nos visitaram e que esperamos que venham mais vezes, faltaram mesmo os da casa que poderiam ter feito um esforço para já terem as embarcações a navegar, a marina continua vazia, os barcos estão em terra, e barco parado não faz viagem.

Mais uma vez dediquei esta regata aos gloriosos "marineros" de barcos em terra e Patrões de Esplanada.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Francisco Lobato, de rumo a França

Por motivos profissionais e com muita pena, não me foi possível estar presente na despedida ao Francisco, de qualquer modo estive lá representado por um dos meus tripulantes habituais (JOQ) e respectiva família, que teve a cortesia de me ceder os momentos captados pela sua objectiva.

Preparativos

De largada, rumo ao mar como horizonte


Inolvidável, a frota de veleiros que acompanhou o velejador Luso até á saída da Barra

O Francisco efectuou uma paragem técnica em Aveiro, de seguida seguirá para Port-la-Forêt, onde irá participar num primeiro estágio de alta competição, vemos aqui o Figaro encostado ao Mike Davis/Porto de Aveiro, propriedade de um dos "senhores" da vela de cruzeiro nacional e apoiante do Francisco, Delmar Conde.

Bons ventos acompanhem o nosso velejador solitário e que todos naveguemos com ele em mais esta cruzada. www.franciscolobato.com

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Le bon trois

Estávamos no inicio da década de 80, quando entrava o Nordeste fresquinho, um força 3*, como nós dizíamos (7 a 10 nós), aparelhávamos os "Europes" a correr e lá íamos nós fazer umas bolinas naquele vento muito certinho, o melhor vento para treinar, dizíamos.
Aparecia o "" Chico com a sua "Mike davis", e dizia "rapaziada, está como dizem na França, le bon trois", e realmente é verdade, não há nada que chegue a um bom NE de força 3, soprando certinho lá da Lezíria, como quem vem dali do pilar Sul da ponte de VFX.
Este fim de semana foi assim, no sábado veio de Leste, e já estava bom, mas no domingo assumiu-se de NE, e certinho, foi dia de encher a barriga... de vento.

Certas imagens valem por tudo, um barco adornado QB, um rio estanhado, ao fundo a paisagem ribatejana

* Naqueles tempos a escala Beaufort era ficção, a Força "0" não havia vento, o Força 3 é o descrito, sabíamos que estava força 4 quando ainda aguentávamos o barco, no Força 5 já andávamos com a vela a bater e as "voltas" do Europe na água, o Força 6 era nortada desfeita, ficávamos em terra a ver a carneirada.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

I bet I hear you calling
But I can't come home right now
Me and the boys are sailing
And we just can't hear a sound

Just a few more hours
And I'll be right home to you
I think I hear them calling
but, what can I do
but what can I do

You say you feel so empty
That our house just ain't our home
I'm always somewhere else
And you're always there alone

Just a few more hours
And I'll be right home to you
I think I hear them calling
but, what can I do
But, what can I do

But, I know you're lonely
And I hope you'll be alright
'Cause me and the boys will be sailing all night

domingo, 4 de abril de 2010

De volta na água

Um dos maiores ícones de águas de arriba Tejo, está de volta na água, como dizem os marinheiros, "barco parado não faz viagem", fomos por água acima na abertura da época estival.
A meteorologia não estava muito convidativa, mas já tivemos pior, d'Alhandra apenas saiu o "Fulô" (o tal que vale por 3), e o "Falua", por voltas das 1430 do dia 2 de Abril largaram amarras da Mui Nobre e Real Marina d'Alhandra com destino á vila ribatejana de Valada do Ribatejo.
Esta nossa primeira viagem do ano, estava envolta em grandes duvidas quanto ás condições que iríamos encontrar no plano de água acima, senão vejamos:
Muito lixo, troncos ainda a derivar, o provável assoreamento das calas navegáveis devido ás enxurradas, e para compor o ramalhete, um batelão que havia sido arrastado pelas águas e estava afundado em parte mais ou menos incerta do canal de acesso a Valada.
Com tais incertezas pela frente colocámos como ponto de partida o inicio da enchente, pelo que iríamos em cima da primeira água, outra condição "cinequanon" era de que baixaríamos as velas em frente a Salvaterra, para fazermos a ultima parte do percurso o mais cuidadosamente possível.
E com tais incógnitas pela proa, lá nos fizemos água acima, mas afinal não estava tudo virado do avesso como pensávamos, as calas estão lá, no mesmo sitio, navegáveis, no entanto os cabeços estão mais assoreados, ficando visíveis com maior altura de água, nomeadamente, na zona da ponte da Lezíria e nas Obras (Azambuja), entre a Vala de Salvaterra, Lezirão e Quinta das Areias, e já com as velas em baixo, passamos na lotaria de bóias, redes abandonadas e em uso.
Faltava o desafio final, o batelão desaparecido, assim que nos aproximámos do enfiamento do pinheiro, vimos uma forma de charuto que sobressaía das águas, era ele, devido ao baixar dos níveis das "águas de cima", já aflorava á superfície mostrando o costado de BB, estando deitado sobre o seu EB, mesmo ali, ocupando o ultimo terço do canal de acesso, bem em frente á Ilha dos Pássaros (ou do Amaral).

Depois de nos juntarmos á flotilha da ANC que já se encontrava atracada no pontão, chegámos á conclusão que está tudo na mesma, mas em versão "pior", se queremos condições temos de as levar connosco, a água potável continua a 300 metros de distancia, os 10 metros de distancia ao poste de electricidade continuam num horizonte longínquo, mas se o que nós queremos é sossego e adormecer ao som do sino da igreja, se calhar o melhor é ficar tudo assim.

E valada é assim mesmo, o progresso passa ao lado, e no fundo até gostamos.

O regresso fez-se no domingo na vazante da manhã, com um NE fresquinho, com o pessoal a abrir pano á passagem por Salvaterra e uma velejadela de muito luxo até á Mui Nobre Vila d'Alhandra, onde aportámos pelas 1400 horas locais.

(Dedico esta minha primeira viagem d'agua acima deste ano, a todos os gloriosos navegadores dos barcos em terra, e Patrões de Esplanada)