sábado, 1 de dezembro de 2007

Patilhão, ter ou não ter, eis a questão.


O que se segue é uma história veridica, baseada em factos reais que chegaram a acontecer e cujos nomes não foram alterados.

Embarcações "N.V.Volare" e "N.V.Oceanus", e respectivas tripulações.
Cruzeiro do Tejo, saudoso mês de Junho do corrente ano da graça de deus de 2007, Chegada a Valada pelas 18 00 H Legal, o NVVolare fica fundeado junto á ilha e as tripulações deslocam-se para Valada a bordo do NV Oceanus, após o jantar segue-se o Karaoke e a respectiva animação e tudo o mais, etc, etc.
Perto das 2 da manhã e após uma garrafa de safari bebida a meias com as minhas "primas", chegamos á conclusão que já tinhamos a nossa conta e era chegada a hora do deitar, tinhamos de voltar á ilha a bordo do NV Oceanus, eis que reunidas as tripulações, faltava o Cmdt do NV Oceanus, a Pitufa diz que ele andava a efectuar transbordos e já não o via á algum tempo, chegados ao NV Oceanus verificámos que do Makito não havia sinal, começámos a ficar preocupados e a história começa aqui:

Foi mais ou menos aqui que tudo aconteceu, mas ás 02 30 da madrugada noite de chuva


Ligo para o Makito e digo-lhe que estamos á procura dele para irmos para a ilha, ao que este responde:
Podem vir que eu estou no barco.
- Desculpa, mas no barco estamos nós, e temos a certeza que tu não estás cá.
Então já aí vou ter.
(Ainda hoje não sabemos onde ele estava, acho que nem ele)
Mas pronto, chega ao barco, liga o motor e vamos embora, entretanto damos 3 voltas ao NV Falua (Nice) com o Makito aos gritos pelo Tibériooooo, Tibérioooo, acho que acordou toda a gente menos o Tibério, entretanto desistiu e seguimos viagem para a ilha.
- A maré tá vazia, não se vê nada a meio rio, levanta o patilhão que eu vou para proa, o resto do pessoal que vá para dentro da cabine.
O tempo estava de chuva, no meio da escuridão lá descobrimos os contornos da ilha e o meu barco que se encontrava de ré para terra, com a popa em seco e de meio navio para vante na água, calculei que a profundidade á proa devia ser de mais ou menos 50 cm, disse ao Makito que tinhamos água suficiente e para aproar á minha proa e dai passariamos para o meu barco.
Eis que estamos a cerca de 2 metros da minha proa e encalhamos e o Makito desata aos gritos:
- Pois agora estamos encalhados, o barco tem peso a mais á proa, as gordas que estão na cabine que se cheguem cá para trás, tá tudo gordo, não fiquem ai, quero tudo cá para trás.
As 4 supostas "gordas" dentro da cabine respondem que já se chegaram para trás, mas o barco continua encalhado.
As atenções do Makito viram-se para mim.
- A culpa é tua, tinhamos água suficiente mas estamos encalhados, ainda por cima tás ai á proa e tambem és gordo, como é que não haviamos de encalhar, é só gordos neste barco.
Passa-lhe uma coisinha muito má pela cabeça, mete máquina á ré a fundo, o barco desencalha, vai uns metros á ré, mete avante, ganha embalagem, começo a ver o futuro do meu barco a andar meio negro, ai vamos nós direitos á minha proa e é claro a sentir o barco a arrojar pelo fundo, o Oceanus imobiliza-se a uns escassos 10 cm da minha proa.
- Vá, quero todos os gordos daqui para fora, passem para essa carroça.
Mas o barco não desencalha, grita o Makito para o Fernando (por acaso é casado com a irmã dele, suposta gorda que tambem estava na cabine).
- Salta, tás á espera de quê, não vês que tamos encalhados.
O Fernando que de acordo com as palavras do outro, esperava encontrar terra firme debaixo dos pés, dá o salto para o desconhecido, ou seja um mergulho descontrolado de costas.
O Makito quando vê o outro todo molhado a sair de dentro de água, a gritar coisas impróprias para consumo e a despir-se pela encosta da ilha, pior que uma barata, em cuecas, a chuver, ás 02 30 da manhã, pura e simplesmente diz:
Olha... Esqueci-me de levantar o patilhão.